Torcedores trans assistem a jogo do Bahia no estádio pela primeira vez
Na noite do último sábado, em jogo contra o Ferroviário pela Copa do Nordeste, o Bahia e a torcida LGBTricolor levaram um grupo de pessoas trans para assistir a um jogo do clube no estádio pela primeira vez. A ação também contou com uma edição especial da camisa LGBTricolor com as cores da Bandeira Trans.
De acordo com Onã Rudá, fundador da torcida LGBTQIAPN+, a ação tem como objetivo fortalecer as lutas da comunidade e dar visibilidade ao tema, não apenas no mês, mas todos os dias.
"Uma ação histórica, das mais bonitas que eu vi no futebol brasileiro. Ouvi diversas vezes, sobretudo de mulheres trans, que elas nunca foram no estádio por medo e queríamos mostrar que as pessoas trans também são bem vindas na Arena. Foi um dia lindo, memorável, com uma receptividade incrível, da torcida. Queremos trazer as pessoas transexuais e travestis para o estádio, pois é preciso que estejamos juntos, pois dessa maneira vamos combater a transfobia, e ao mesmo tempo, vamos ocupar novos espaços", disse Onã Rudá, fundador da LGBTricolor.
"Não teve episódio de intolerância, muito pelo contrário. A gente teve muita receptividade positiva da torcida. Desde que a gente surgiu, a gente tem casais que transitam na Arena Fonte Nova. O que não tinha muito era mulher trans, porque homem trans também vai na Arena. Essa era a cereja do bolo de mostrar que o trabalho que temos feito produziu esse efeito", afirmou ao UOL Esporte.
Leo Kret, dançarina, cantora, ouvidora da Semur e ex-vereadora de Salvador, Millena Passos, ativista que dá o nome à lei que combate LGBTfobia na Bahia, e Yuri Carvalho, Mister Trans Salvador, estavam entre as pessoas que assistiram à partida.
Fundada em setembro de 2019, a torcida LGBTricolor - que integra o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ - promove diversas atividades, ações, palestras e debates fundamentais para a construção de uma sociedade mais plural e diversa.
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