Falcão se aposentou. E seu melhor jogo foi com um olho só contra Argentina
Chegou ao fim, na noite da última quinta-feira, a carreira do maior jogador de futsal de todos os tempos. Aos 41 anos, Falcão pendurou as chuteiras profissionalmente, após mais de duas décadas nas quadras.
Pela seleção brasileira, foram 401 gols em 258 jogos. Mas tem uma partida que foi a mais marcante para o camisa 12. É o momento que ele considera o maior da sua trajetória no esporte.
Aconteceu no dia 14 de novembro de 2012. O Brasil enfrentava a Argentina, pelas quartas de final da Copa do Mundo, na Tailândia. Do banco de reservas, devido a problemas físicos e a uma paralisia facial, Falcão viu os rivais fazerem 2 a 0 no primeiro tempo.
Dedada no olho
"O treinador olhava pra mim e falava: 'não vou por esse cara. Paralisia facial, panturrilha machucada, contra a Argentina...'
Faltavam 10 minutos, entrei sem pedir para bater uma falta, era um lance isolado. Quando entrei, invadiu um torcedor brasileiro. O cara veio me abraçar e enfiou o dedo no meu olho... O olho bom.
Não enxergava nada, bati a falta pra fora e saí.
Aí disse para o treinador:
- Me põe, cara. Está acabando o jogo, tô na adrenalina, não vou sentir nada e vou ajudar'.
- Então vai...
Entrei faltando uns 9 minutos."
Resolveu a parada
Mesmo debilitado, sem enxergar direito, Falcão marcou dois gols. E o Brasil venceu de virada, na prorrogação, por 3 a 2. Depois bateu a Colômbia na semifinal e ganhou da Espanha na decisão, também na prorrogação por 3 a 2. Foi o quinto título mundial dos brasileiros no futsal, desde que a Fifa passou a organizar a competição (no total, são sete títulos mundiais do Brasil).
Falcão teve até que assinar um termo de responsabilidade, assumindo os riscos por jogar dias após sofrer uma paralisia facial.
A história é longa. Veja no vídeo abaixo, em entrevista concedida pelo craque ao ESPORTE(ponto final) em 2015.
Vice-campeão no adeus
Na sua despedida, Falcão marcou um gol na vitória do Magnus Sorocaba por 5 a 3 sobre o Corinthians, no Parque São Jorge.
O triunfo, porém, não foi suficiente para o camisa 12 erguer mais um troféu. Como o Corinthians venceu por 7 a 3 o jogo de ida, ficou com o título da Liga Paulista após o empate por 0 a 0 na prorrogação.
"Agradecer o futsal por tudo que me deu na minha vida, é assim pelo esporte que eu aprendi a amar, soube vender e cada vez que ia na Fifa ou em algum programa na TV era o Falcão que representava o meu esporte. Se tem uma derrota bonita, foi a derrota de hoje. Triste pela saída, mas feliz de dever cumprido. Espero poder ajudar fora das quatro linhas", afirmou, em entrevista ao SporTV.
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