Beth Gomes fecha o Troféu Brasil com recorde mundial

O Troféu Brasil de atletismo foi encerrado, no domingo (30), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A competição, que reuniu quase 70 atletas com deficiência, foi a última da modalidade realizada no Brasil antes dos Jogos Paralímpicos de Paris. Por lá, o destaque ficou em Beth Gomes, no lançamento de disco pela classe F53, que marcou 18,45m e estabeleceu o novo recorde mundial.

Perto de Paris

Boa parte dos atletas que competiram neste final de semana devem representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris, já que atenderam a um ou mais critérios de classificação que foram elaborados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Assim, a convocação do atletismo está marcada para o próximo dia 11 de julho, em live do CPB no Youtube e no canal LMC+ da Claro TV (548) e Vivo TV (612).

"No ano de 2024 foi tudo bem planejado e executado. Participamos de todos os eventos que estavam programados. Com sucesso e excelentes resultados. Essa participação no Troféu Brasil, mesmo não valendo índice paralímpico para os Jogos, foi uma oportunidade muito grande para os nossos atletas competirem. É uma competição que reúne os melhores atletas do país em todas as provas. Agora é uma fase de polimento e lapidação final nestes quase dois meses para continuar no ritmo que estávamos e chegar bem em Paris 2024", avaliou João Paulo Cunha, coordenador de atletismo do CPB.     

O último dia de provas no CT Paralímpico contou com o duelo da baiana Raissa Machado, da classe F56 (que competem sentados), e da mineira Poliana Sousa (F54), no lançamento de dardo. A primeira fez a marca de 23,22m, enquanto a segunda lançou em 14,79m. Todas as disputas paralímpicas no Troféu Brasil estão sendo multiclasses.

"Foi incrível competir pela primeira vez o Troféu Brasil. Para mim, está sendo uma preparação um pouco difícil, estou vindo de lesão. Mas estou muito confiante. As marcas que estou fazendo hoje não fazia desde 2022. Assim, se Deus quiser, vou chegar aos 25 metros nos Jogos Paralímpicos e trazer uma medalha para o Brasil", apontou Raissa Machado.

Recorde mundial

Já o único recorde mundial do Troféu Brasil entre atletas olímpicos e paralímpicos ficou por conta da paulista Beth Gomes, que superou sua própria marca anterior no lançamento de disco pela classe F53 (que competem sentados) ao conseguir 18,45m neste sábado, 29. Na competição, ela também competiu no arremesso de peso F53 na quinta-feira, 27, quando fez 7,61m. Beth também é a atual recordista mundial da prova, com 7,75m, atingidos no Mundial de Paris 2023.

"Como estamos nos preparando, o Troféu Brasil foi uma competição de luxo, na qual podemos aprimorar ainda mais o que já estávamos fazendo. Fiquei muito feliz pela marca e pelo carinho de todos. Estou muito feliz por essa quebra do meu recorde", finalizou Beth Gomes, que teve diagnosticada uma esclerose múltipla no início da década de 1990.

Também envolvida na prova, a carioca Julyana Cristina Silva, da classe F57, fez sua melhor marca na temporada. Ela lançou o disco em 27,52m, pouco mais de 20 centímetros do seu feito anterior (27,31m) na Segunda Etapa Nacional do Circuito de atletismo, no início do mês.

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Crescimento na competição

Já alguns participantes conseguiram melhorar suas marcas na competição. O velocista acreano Edson Cavalcante reduziu seu tempo na quinta-feira, 27, o seu próprio tempo nos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais) e fez 11s26, cravando o segundo melhor tempo do mundo da prova em 2024. O melhor índice da disputa, de 11s09, é do fluminense Ricardo Mendonça no Open Internacional de atletismo, em abril deste ano.

O arremessador de peso Edenílson Floriani, da classe F42 (deficiência nos membros inferiores), atingiu 14,27m na sexta-feira (28). Registrou, então, um resultado melhor do que havia feito no Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, no último mês de maio, quando terminou a mesma disputa na quarta colocação. 

Por fim, o velocista paraense Alan Fonteles, ouro nos 200m nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, voltou a fazer uma marca expressiva na prova. Após ficar sem competir por cinco anos, correu a distância em 21s52 e decretou o segundo melhor tempo do mundo no ano pela classe T62 (amputados de membros inferiores com prótese).

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