Mulheres são maioria na delegação olímpica brasileira

Pela primeira vez na história, o Brasil terá uma delegação majoritariamente feminina em Jogos Olímpicos. O país contará com 153 mulheres em Paris-2024, o que representa 55% do total dos 277 atletas que estão até aqui assegurados no megaevento da capital francesa, que começa no próximo dia 26 de julho.

O maior número de vagas em esportes coletivos foi determinante para que as mulheres fossem maioria do Time Brasil em Paris. Elas obtiveram vaga no futebol, vôlei, handebol e rúgbi sevens, enquanto os homens se classificaram apenas no vôlei no basquete.

Antes de Paris, a maior proporção registrada no equilíbrio entre homens e mulheres foi em Atenas-2004, quando 49,4% da delegação brasileira foi feminina. Na última edição olímpica, em Tóquio-2020, as mulheres representaram 46,5% do total de 302 atletas que participaram daquela histórica edição.

Em Paris-2024, o número sobe. Além do recorde percentual de 55%, também há um absoluto. O total de 153 atletas mulheres é o maior já registrado pelo Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos no exterior. O país teve 209 mulheres na Rio-2016, mas ganhou muitas vagas por ser sede na ocasião.

Investimento nas mulheres

Muito desse aumento da participação feminina gerado nos últimos anos se deve a uma parceria do Comitê Olímpico do Brasil (COB) com as confederações brasileiras de modalidades olímpicas, promovendo um trabalho de crescimento das mulheres dentro do esporte nacional, desde a Rio-2016.

"Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras", disse Mariana Mello, gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB.

"Com esse objetivo foi criada, em 2021, a área Mulher no Esporte no COB. As confederações também fizeram investimentos específicos no Feminino. Foi realmente uma estratégia que deu certo, e temos mais atletas se destacando internacionalmente, completou Mariana, que também é subchefe da Missão Paris 2024.

Melhor resultado da história?

Durante os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, que aconteceram entre outubro e novembro do ano passado, as mulheres brasileiras já haviam batido um recorde histórico. Pela primeira vez, elas conquistaram mais medalhas do que os homens em um megaevento esportivo. Na ocasião, foram 95 pódios femininos contra 92 masculinos, além de 18 mistos.

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Para Paris-2024, também há a possibilidade de que haja mais pódios femininos do que masculinos. Isto se deve ao fato dos recentes resultados no ciclo das medalhistas olímpicas Rebeca Andrade, Beatriz Ferreira, Rayssa Leal e Ana Marcela Cunha, além de outras, que são estrelas mundiais em suas modalidades.

"Existe sim uma chance real de termos mais medalhistas mulheres do que homens pela primeira vez em Jogos Olímpicos. A chance de acontecer isso em Paris também é grande, porque temos mais mulheres na delegação e temos muitas delas com histórico recente de grandes desempenhos em nível internacional", disse Rogério Sampaio, diretor-geral do COB e chefe da missão Paris-2024.

Vale lembrar que a promessa do Comitê Olímpico Internacional (COI) é de que os Jogos Olímpicos de Paris-2024 sejam a primeira edição em que existirá igualdade de gênero em relação ao número de atletas participantes. Das 10.500 vagas, devem haver 5.250 mulheres e 5.250 homens.

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