Juízes que apitaram lutas de brasileiros em Paris são afastados
16/08/2024 17h05
Dois juízes de boxe que estiveram nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 foram afastados das competições por suspeitas de corrupção. De acordo com o jornal britânico The Times, eles são os cazaques Alisher Altayev e Yermek Suiyenish, que estiveram em cerca de 50 lutas, quatro delas com brasileiros. Uma dessas foi a semifinal de Bia Ferreira contra a irlandesa Kellie Harington, apitada por Suiyenish, em que a brasileira saiu derrotada e terminou com a medalha de bronze.
Ao todo, Altayev arbitrou sete lutas e julgou 25, enquanto Suiyenish esteve envolvido em 21 lutas durante a Olimpíada. De acordo com o veículo britânico, eles foram afastados no dia 4 de agosto, exatamente um dia depois da luta entre Bia e Harrington. As disputas do boxe em Paris-2024 aconteceram até o 10 de agosto, ou seja, eles ficaram de fora da reta final da competição.
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Ainda segundo o The Times, Altayev havia sido rotulado como "alto risco" de corrupção em um relatório anterior aos Jogos elaborado pelo Professor Richard McLaren, o mesmo responsável por divulgar outros escândalos do boxe e do esporte. Já Suiyenish era "risco médio". O documento foi enviado para o Comitê Olímpico Internacional (COI) antes da competição, mas ainda assim os juízes supervisionaram as lutas.
As lutas dos juízes com brasileiros
Suiyenish foi o juiz de duas lutas de Bia Ferreira. Primeiro, nas quartas de final da categoria até 60kg contra a holandesa Chelsey Heijnen, em que a brasileira saiu vencedora por decisão unânime. Depois, contra Kellie Harrington na semifinal, em que a irlandesa saiu vencedora por decisão dividida, com placar de 4:1. Como não há disputa de terceiro lugar no boxe, a brasileira ficou com a medalha de bronze.
Altayev, por sua vez, esteve presente na estreia de Wanderley Pereira contra o haitiano Cedrick Belony-Duliepre na categoria até 80kg. Na ocasião, o brasileiro venceu por decisão unânime. No dia em que foi afastado, o cazaque também arbitrou a luta de Jucielen Romeu contra a turca Esra Yldiz pelas quartas de final da categoria até 57kg, em que a brasileira perdeu por 4:1.
Vale destacar que o boxe vive um momento turbulento no Movimento Olímpico. Uma investigação concluiu que houve manipulação de lutas na Rio-2016. A Associação Internacional de Boxe (IBA) foi suspensa pelo COI desde o ciclo passado, o que fez com que as disputas da modalidade em Tóquio-2020 e Paris-2024 fossem geridas por uma Força-Tarefa própria criada pelo comitê. A presença do boxe no programa de Los Angeles-2028 ainda é incerta.