Atletismo chega à França com equipe recorde em Jogos Paralímpicos

A equipe brasileira de atletismo paralímpico chegou a Troyes para a aclimatação aos Jogos Paralímpicos, que começam no dia 28 de agosto. A modalidade tem 71 atletas com deficiência e 18 atletas-guia, totalizando 89 competidores em Paris. O número representa um recorde em uma edição dos Jogos, superando a quantidade de atletas convocados para a Rio-2016. Na ocasião, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 61 esportistas e 18 atletas-guia.

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Coordenador de atletismo do CPB, João Paulo da Cunha afirmou que este é o resultado de um trabalho feito pela entidade há alguns anos, contabilizando também ciclos anteriores. Ele ainda explicou que o Comitê utiliza dois critérios principais de convocação: resultados em Campeonatos Mundiais e posição no ranking mundial. "A cota máxima de atletas por país no atletismo é de 73 competidores. Quase a atingimos. Talvez só a China tenha chegado a esse número", destacou João. 

E foi justamente o país asiático que superou o Brasil no quadro de medalhas nos dois Mundiais de atletismo paralímpico do ciclo. Em 2023, a competição aconteceu em Paris. Já a edição deste ano foi realizada em Kobe, Japão. 

Na primeira, a delegação brasileira chegou a conquistar mais medalhas do que os chineses (47 a 45), mas ficou atrás por ter obtido 14 ouros contra 16. Na segunda, os atletas brasileiros também ficaram na vice-liderança no quadro de medalhas e voltaram para casa com 42 pódios (19 ouros, 12 pratas e 11 bronzes).

Ansiedade de estreante

Um dos atletas que colaboraram para tais números foi o velocista Petrúcio Ferreira. Tetracampeão mundial nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), sendo que dois títulos foram conquistados neste ciclo, o atleta chega aos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 em busca do seu tricampeonato na Paralimpíada. 

"Esta será a minha terceira vez nos Jogos Paralímpicos e estou mais ansioso do que na primeira. Agora, eu já sou conhecido e sei como é a cobrança, mas cheguei aqui para me divertir e tentar conquistar mais um título para o nosso país", afirmou o velocista. Ele sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Assim como foi na Rio-2016 e em Tóquio-2020, Petrúcio vai correr nos 100m e 400m em Paris. 

Resiliência

Outra atleta que vai defender sua medalha de ouro na capital francesa é Beth Gomes. Ela se sagrou campeã no lançamento de disco da classe F52 (cadeirantes) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Agora, na classe F53 (também para cadeirantes, mas com limitações menores), Beth ainda tentará o pódio no arremesso de peso. 

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"Eu chego a Paris com toda a resiliência e com todo o treinamento que foi possível fazer neste ciclo paralímpico. Então, estou muito bem preparada e sempre digo que, independentemente da cor da medalha, quero conquistar algo para o meu país. Claro, sempre em busca da dourada. Vou para a competição com objetivos bem definidos, respeitando as minhas adversárias e sabendo que elas também treinaram muito para este momento", avaliou Bet. Ela foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993. 

A Seleção de atletismo está em Troyes junto com as equipes de badminton, goalball, natação, remo, taekwondo, tênis em cadeira de rodas e tênis de mesa. Nesta terça-feira (20) chegam os atletas da canoagem e do futebol de cegos. 

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