Christal Bezerra dá detalhes de relação com ex-treinadora

Foi ao ar na tarde desta sexta-feira (27) a entrevista exclusiva de Christal Bezerra para o jornalista Fredy Júnior. A ginasta, que cumpre suspensão por doping, contou detalhes da relação com sua ex-treinadora Beatriz Fragoso. De acordo com Christal, as condutas de Beatriz ultrapassaram limites, lhe causaram problemas psicológicos e tiveram influência em sua contaminação.

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Como sua mãe, Cleópatra, havia relatado anteriormente, Christal contou que a treinadora exagerava nas cobranças em relação ao seu peso. Desde nova, a ginasta sofria com abusos por parte da sua técnica e relatou já ser chamada de gorda diversas vezes.

"Quando era mais nova, me chamava de gorda, de baleia. Uma coisa que eu não me esqueço, é que ela falava que eu parecia uma baleia girando na paralela, que eu tinha que emagrecer. Chegou a ser proibido, a ser proibida a pesar e a ser proibida a falar dessas formas (no clube). Só que ela me pesava escondido. Então ela sempre falava que se eu não emagrecesse eu não ia entrar na seleção, eu não ia competir", contou Christal.

A relação entre Christal Bezerra e Beatriz Fragosos começou quando a atleta ainda era criança, com cerca de nove anos de idade. As duas faziam parte do Centro Olímpico, quando Beatriz deixou a carreira de atleta e iniciou sua trajetória como treinadora. Em seguida, ambas ascenderam juntas ao Pinheiros, assim como a Seleção Feminina de ginástica artística.

Episódio de agressão

Christal também relatou que os exageros de Beatriz Fragoso já ultrapassaram o barreira verbal e chegaram as vias físicas. Durante a entrevista, a ginasta lembrou de quando foi empurrada pela treinadora do aparelho.

"Sempre ela pedia para mandar foto do prato em casa, mandar foto do peso da balança, o peso da balança da comida de tanta quantidade. Ela já chegou a me empurrar da trave. Ela me jogava já do aparelho porque eu avisava que eu tinha dor, eu avisava que eu tinha dor e ela não acreditava", disse a ginasta.

Tal dor que Christal se refere vinha de seu ombro. Segundo ela, conviveu com uma lesão no bíceps que culminou em um rompimento do ligamento. Beatriz ignorava tais queixas e o problema acabou causando sequelas irreversíveis para atleta.

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"Ela tentava me segurar nas paralelas. Ela não acreditava, achava que era drama, e como eu não tinha força mais nos ombros, ela acabava me jogando da barra mesmo e eu caia no chão, tipo, todo errado, e ainda forçava o meu ombro", complementou.

Isolamento social

Christal ainda contou que o controle excessivo de Beatriz afetava suas relações sociais dentro do clube e até da seleção. A ginasta relata que era coagida de se aproximar das outras atletas. Segunda ela, a intenção da treinadora era de se proteger de possíveis alertas que as pessoas poderiam fazer.

"Desde pequena, quando era mais nova, ela falava, assim: 'Christal, não se junta com as meninas'. Até porque é o que eu falei. Eu não tinha amigas, por conta que ela não deixava me enturmar com as meninas da ginástica. E ela sempre falava, não se junta com as meninas para você não se tornar adulta chata. Ela sempre colocava isso na minha cabeça", contou.

"Ela sabia que ela estava errada, porque as meninas, todo mundo dos clubes, de fora, de outros, vendo o que ela fazia comigo, falavam para mim que isso não era normal, e eu falava que era certo e eu estava como treinadora. Então ela sabia que, se eu falasse pra eles, eles iam falar a verdade pra mim, só que eu era inocente", disse. A entrevista completa pode ser conferida aqui.

Treinadora

Com 32 anos, Beatriz Fragoso integra o corpo técnico do Esporte Clube Pinheiros e da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). O Olimpíada Todo Dia procurou a técnica para falar sobre o caso, mas não obteve resposta desde a última quinta-feira (26).

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