Raquel Kochhann manifesta desejo de ir ao Mundial de XV
São Paulo - Porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Raquel Kochhann quer disputar a Copa do Mundo de Rugby XV. Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia durante a COB Expo, a catarinense revelou o desejo de participar pela primeira vez da grandiosa competição, que ocorrerá entre agosto e setembro de 2025, na Inglaterra.
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"Eu tenho real essa vontade de querer estar no time que vai disputar a Copa do Mundo, para poder agregar ainda mais à equipe e também para o meu crescimento pessoal, já que o Mundial de rugby XV é um dos maiores eventos esportivos do mundo. Assim como a Olimpíada, ele tem grande valor e muitas pessoas estão olhando. Eu quero muito poder estar lá representando o nosso país", disse ela.
O rugby é um dos esportes mais tradicionais do planeta, sendo que seu formato mais tradicional é o union, ou XV (disputado por 15 atletas). No entanto, a disciplina escolhida para que o rugby fizesse parte do programa olímpico foi o sevens (disputado por sete atletas), que possui um formato mais curto e dinâmico. O rugby sevens está presente em Jogos Olímpicos desde a Rio-2016.
"O rugby sevens acaba sendo um esporte que às vezes não é tão democrático quanto o rugby XV, porque o tempo todo tem que estar fazendo tudo. O rugby XV é um jogo muito mais estratégico, tem mais uma posição para cada biotipo, tu consegue se enquadrar muito mais nessa modalidade", explicou Raquel Kochhann, que tem 31 anos de idade.
Vaga inédita
As Yaras, como é conhecida a seleção brasileira de rugby feminino, disputarão uma Copa do Mundo de rugby XV pela primeira vez na história. Será a 10ª edição da competição, que no próximo ano acontecerá entre 22 de agosto e 27 de setembro, na Inglaterra. O Brasil conseguiu sua vaga em junho deste ano após vencer o Qualificatório da América o Sul.
Desde que o rugby sevens passou a integrar o programa olímpico, o Brasil esteve presente em todas as edições. Foi assim na Rio-2016, em Tóquio-2020 e em Paris-2024. As Yaras ficaram em décimo lugar na capital francesa e já retornaram ao Brasil. Sem a presença do treinador Will Broderick, que encerrou seu ciclo logo após Paris, as jogadoras estão treinando com Emiliano Caffera, de olho no rugby XV.
"Nosso total foco é na Copa do Mundo de rugby XV, que é um pouco diferente do sevens, a modalidade olímpica. Nós conquistamos a vaga inédita para Copa do Mundo, que será ano que vem na Inglaterra. Nosso foco total é em treinos já nessa preparação, para deixar o time preparado para conseguir o melhor resultado possível lá", disse Raquel.
Mudança de vida
Raquel Kochhann teve uma virada de chave que teve na vida depois de ser porta-bandeira na Olimpíada de Paris-2024. Ela ganhou notoriedade por sua história de superação, uma vez que passou por um tratamento de câncer de mama e voltou aos campos em um curto período de tempo. Desde que retornou ao Brasil, já realizou algumas palestras e assinou alguns acordos comerciais, mas apesar de estar focada em um novo ciclo, de olho na Copa do Mundo de rugby XV, ela ainda não quer pensar em Los Angeles-2028.
"Desde que eu fiz o tratamento do câncer, eu penso muito mais em pequenos passos de cada vez. Acho que projetar diretamente para daqui quatro anos é meio ambicioso. Nesse momento, estou com o foco total na Copa do Mundo e se manter entre os dez primeiros no sevens. E assim a gente vai focando ano após ano e vendo como o corpo responde. Eu pretendo que tenha alguém que seja ainda melhor do que eu e que roube meu lugar para roubar minha Olimpíada", concluiu.
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