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Inglaterra fará investigação independente das acusações de Triesman

Da Reuters

Em Londres (Reuters)

13/05/2011 11h32

A Federação Inglesa de Futebol (FA) vai realizar uma investigação independente das acusações feitas pelo antigo presidente da entidade David Triesman. Segundo o dirigente, quatro membros do comitê executivo da Fifa -- incluindo o brasileiro Ricardo Teixeira -- pediram favores em troca de votar na Inglaterra para sediar a Copa do Mundo de 2018.

O advogado James Dingemans vai examinar as evidências e conversar com Triesman, que fez as alegações em uma sessão parlamentar na terça-feira durante inquérito sobre as razões para a derrota da candidatura do país.

"Triesman fez acusações sobre as pessoas envolvidas no processo que são muito sérias. É essencial que nós possamos determinar o mais rápido possível o peso das evidências por trás destas alegações", disse o atual presidente da FA, David Bernstein, a jornalistas nesta quinta-feira.

Dingemans tem até o dia 27 de maio para apresentar o seu relatório e publicar suas descobertas.

Bernstein acrescentou que a FA não tinha planos originalmente de instaurar um inquérito sobre o fracasso na candidatura para a Copa de 2018, mas mudou de ideia por conta das alegações de Triesman.

A Fifa entrou em contato com a FA para solicitar provas que comprovem as denúncias de Triesman e exigiu que elas fossem entregues até quatro dias antes do início do seu congresso mundial, em Zurique, no dia 31 de maio.

Triesman disse que quatro membros do conselho executivo da Fifa pediram favores a ele pessoalmente durante a campanha para sediar a Copa do Mundo. Ele disse que o vice-presidente da Fifa Jack Warner pediu 2,5 milhões de dólares para pagar um centro de educação em Trinidad e Tobago, e outros 500 mil para direitos de TV no Haiti.

Triesman disse que o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, pediu para ser laureado um sir britânico. Além deles, o tailandês Worawi Makudi exigiu os direitos televisivos para um amistoso entre Inglaterra e Tailândia, enquanto Ricardo Teixeira disse a Triesman: "o que você pode fazer por mim", segundo o ex-presidente da FA.

Todos os acusados negaram as alegações de Triesman.

Enquanto isso, Bernstein confirmou que a FA vai debater se vai apoiar o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, ou o desafiante do Qatar Mohamed Bin Hammam na próxima eleição presidencial da Fifa, no dia 1de junho em Zurique.

"O mais importante é a abertura no processo, nas informações financeiras, nos procedimentos da eleição", disse.

"A Fifa é uma organização muito fechada e muitas coisas acontecem atrás de portas fechadas. Gostaríamos de ver estas portas muito mais abertas."

Por Mike Collett