Contas falsas no Twitter ampliam protestos contra punição do COI à Rússia
Por Jack Stubbs
MOSCOU (Reuters) - A campanha online que começou de forma tímida com um estudante se tornou um protesto massivo contra a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno - apoiado pelo que parecem ser falsas contas do Twitter e usuários ligados a causas anteriores pró-Kremlin.
Muitos russos estão, sem dúvida, chateados com a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de proibir a participação da equipe russa nos jogos de Pyeongchang, na Coreia do Sul, no início do próximo ano, devido a casos de doping "sem precedentes".
No entanto, esse sentimento público foi amplificado por contas no Twitteraparentemente automáticas ou semiautomáticas conhecidas como "bots" e "trolls", de acordo com a análise do tráfego de mídia social pela Reuters e um pesquisador de segurança britânico.
As empresas de mídia social, incluindo o Twitter, estão sob intenso escrutínio nos Estados Unidos, onde os legisladores suspeitam que suas plataformas foram usadas como parte de um suposto esforço russo para influenciar as eleições presidenciais norte-americanas de 2016 em favor de Donald Trump. O Kremlin negou categoricamente as acusações.
O presidente russo Vladimir Putin considerou a decisão do COI, tomada na terça-feira, como "orquestrada e de motivação política".
A mídia estatal, por sua vez, noticiou extensivamente o movimento de protesto em torno da hashtag "NoRussiaNoGames" (sem Rússia, sem jogos), dizendo que está cobrindo uma ação pública, assim como qualquer outro veículo de mídia faria e negando que seu trabalho seja orquestrado.
Mas o pesquisador Ben Nimmo disse que, embora uma grande parte do apoio público aos atletas russos online seja autêntica, a atividade do Twitter mostrou que mobilização pode estar sendo exagerada.
"O que temos aqui é uma pequena, mas genuína campanha de hashtag, que está sendo exagerada e ampliada pelos canais de propaganda do Estado russo para que pareça ser enorme e uma manifestação popular de raiva", disse Nimmo, que trabalha para o Digital Forensic Research Lab do grupo de pesquisa da Atlantic, com sede em Washington.
O Twitter não respondeu a um pedido de comentário.
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