Prefeito de Milão detona torcedores da Inter por racismo: "Ato vergonhoso"
O prefeito de Milão pediu desculpas a Kalidou Koulibaly, zagueiro do Napoli, nesta quinta-feira (27), pelos insultos racistas lançados por parte da torcida contra o jogador senegalês durante um confronto do Campeonato Italiano com a Inter de Milão, no Giuseppe Meazza.
O Napoli disse no site do time que Koulibaly foi alvo de "cânticos racistas" durante a partida, sem dar maiores detalhes, e o técnico Carlo Ancelotti disse que alguns torcedores imitaram sons de animais durante todo o jogo.
"Aqueles insultos contra Koulibaly foram uma vergonha", disse o prefeito, Giuseppe Sala, em sua página de Facebook após a partida de quarta-feira.
"Foi um ato vergonhoso contra um atleta respeitado, que ostenta com orgulho a cor de sua pele, e também, em menor grau, contra as muitas pessoas que vão ao estádio para apoiar seu time e estar entre amigos", acrescentou.
Koulibaly foi alvo de ofensas durante a partida e foi expulso a nove minutos do final - ele recebeu um cartão amarelo por uma falta em Matteo Politano e um segundo por aplaudir sarcasticamente a decisão do árbitro.
Reduzido a 10 homens, o segundo colocado Napoli sofreu um gol nos acréscimos e perdeu por 1 a 0.
"Estou decepcionado com a derrota, e acima de tudo de ter deixado meus irmãos", disse Koulibaly no Twitter. "Mas tenho orgulho da cor da minha pele. Orgulho de ser francês, senegalês, napolitano: um homem", escreveu.
A rede Fare, que monitora a discriminação no futebol europeu, disse ter sido um incidente familiar.
"Mais uma vez no futebol italiano. Jogador sofre ofensa racial, árbitro não age, jogador fica nervoso e é expulso. O mesmo ciclo de novo", tuitou.
Ancelotti disse que o Napoli pediu a um delegado da federação italiana (FIGC) três vezes para a partida ser suspensa, mas que, ao invés disso, anúncios públicos foram lidos, pedindo aos torcedores que se contivessem.
O treinador disse que o Napoli sairá de campo se um incidente semelhante ocorrer no futuro.
O técnico da Inter de Milão, Luciano Spalletti, acrescentou que foi o tipo de comportamento que está impedindo o avanço do futebol italiano.
"Se 65 mil pessoas vêm e assistem à partida no Natal, querem ver outra coisa", afirmou. "Precisamos de uma mudança de mentalidade (se) nosso objetivo é levar nosso futebol de volta ao topo na Europa", concluiu.
Nas partidas italianas a arbitragem deve relatar incidentes racistas às autoridades de segurança pública, que têm poder de interromper jogos.
As diretrizes foram adotadas em 2013, depois que o Milan saiu de campo durante um amistoso em protesto contra insultos racistas direcionados a vários de seus jogadores.
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