Alpinistas veteranos duvidam que novas regras no Evereste impedirão mortes
Alpinistas veteranos do Monte Evereste expressaram dúvidas de que novos regulamentos propostos pelo governo do Nepal para endurecer o processo de concessão de autorizações para os aventureiros combaterão as causas centrais do saldo de mortes pesado deste ano no pico mais alto do mundo.
Os montanhistas norte-americanos Ed Viesturs e Alan Arnette disseram que as planejadas novas leis —se forem de fato adotadas— dificilmente reverterão a tendência crescente de alpinistas inexperientes chegando em bandos para escalar o pico de 8.850 metros do Himalaia.
"Já vi esse filme tantas vezes que é totalmente previsível", disse Arnette à Reuters em uma entrevista por telefone na terça-feira. "Todos os anos, desde 2013, algo dá errado e eles (o governo do Nepal) anunciam todas essas regras novas e nunca as implantam."
Onze alpinistas morreram no Evereste em 2019 —nove do lado nepalês e dois do lado tibetano. Muitos pereceram quando uma corrida para subir a montanha durante uma janela curta de tempo favorável surgida no final de maio provocou um "engarrafamento" perto do cume.
"A maioria das equipes opta em ir ao cume quando a primeira janela climática é prevista", disse Viesturs à Reuters em uma de várias entrevistas por telefone e email.
A superlotação —que chamou atenção em todo o mundo quando uma foto de uma fila de alpinistas pisando em corpos para chegar ao pico viralizou— provocou atrasos fatais no ar rarefeito da chamada "zona da morte", situada acima dos oito mil metros.
Isso criou o temor de que montanhistas inexperientes estejam sendo incentivados por empresas de turismo inescrupulosas a tentar a escalada.
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