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Tenistas se queixam de fumaça no qualifying do Aberto da Austrália

AAP Image/Michael Dodge/via REUTERS
Imagem: AAP Image/Michael Dodge/via REUTERS

15/01/2020 11h00

Os ânimos se exaltaram durante os jogos do qualifying para o Aberto da Austrália nesta quarta-feira, dia em que os tenistas enfrentaram um ar enfumaçado e dois dos maiores nomes do esporte foram rotulados de "egoístas" por não protestarem contra as condições.

O quali foi interrompido pelo segundo dia consecutivo, primeiro pela fumaça dos incêndios florestais e mais tarde por uma chuva torrencial que limpou o ar, mas encerrou as partidas no Melbourne Park.

Os organizadores do torneio estão sendo criticados por seguir adiante com o qualifying após um atraso inicial na terça-feira. Os tenistas dizem estar com dificuldade para respirar, e uma atleta foi obrigada a desistir de uma partida depois de ter uma crise de tosse.

A indignação continuou nesta quarta-feira, quando o canadense Brayden Schnur, número 103 do mundo, atacou Roger Federer, vencedor de 20 títulos de Grand Slam, e Rafael Nadal, líder do ranking, por não saírem em defesa dos colegas menos conhecidos que disputam as partida do quali.

"Tem que vir dos maiorais — Roger e Rafa são um pouquinho egoístas por pensarem em si mesmos e suas carreiras", disse Schnur à Australian Associated Press depois de vencer seu confronto com o austríaco Sebastian Ofner.

"Porque eles estão perto do fim e tudo em que pensam é seu legado, não estão pensando sobre o esporte em si e tentando fazer o que é bom para o esporte — então estes caras precisam reagir".

Outro canadense, Vasek Pospisil, membro do Conselho de Jogadores da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), tuitou: "É hora de uma união dos tenistas. Isso está ficando absurdo".

O francês Nicolas Mahut publicou uma foto na qual aparece usando uma máscara sobre a boca e o nariz com a legenda "Pronto para minha primeira rodada".

A Austrália está atravessando uma das piores temporadas de incêndios florestais de sua história. As chamas ardem há meses e já mataram 28 pessoas, destruíram mais de 2.500 casas e devastaram florestas e terras de cultivo de grandes dimensões.