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'Delator' do Football Leaks está sob proteção a testemunhas em Portugal

Manifestação de apoio a Rui Pinto, o hacker português que seria responsável pelo Football Leaks, realizada em 29 de janeiro de 2020 na cidade de Lisboa - Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Manifestação de apoio a Rui Pinto, o hacker português que seria responsável pelo Football Leaks, realizada em 29 de janeiro de 2020 na cidade de Lisboa Imagem: Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Catarina Demony

Da Reuters, em Lisboa (Portugal)

11/08/2020 14h55

Rui Pinto, o português que se acredita ser o criador do Football Leaks, foi libertado da prisão domiciliar e agora está sob proteção de testemunhas enquanto aguarda julgamento por tentativa de extorsão e outros crimes, informou ontem a polícia.

Os promotores disseram que Pinto, de 31 anos, criou o Football Leaks — uma coleção com 70 milhões de documentos que expõem as negociações dos clubes de futebol europeus, incluindo taxas de transferência, contratos e informações relacionadas às agências de jogadores. Seus advogados o descreveram como um "delator" que agia no interesse público.

Pinto foi detido na Hungria em janeiro do ano passado sob um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. Ele foi então extraditado para seu país de origem.

Os procuradores portugueses apresentaram várias acusações contra ele, principalmente relacionadas com alegações de acesso não autorizado a dados, tentativa de extorsão e violação de correspondência.

Ele estava em prisão preventiva em Lisboa desde março de 2019, antes de entrar em prisão domiciliar em abril deste ano. Ele foi liberado no fim de semana.

De acordo com a legislação portuguesa, podem ser aplicadas medidas especiais de proteção às testemunhas em caso de perigo de vida, saúde, liberdade ou bens.

O julgamento de Pinto está marcado para começar no próximo mês.