Ajoelhar se tornou manobra de relações públicas, diz diretor de time inglês
O ex-atacante da Inglaterra Les Ferdinand acredita que "ajoelhar-se" em apoio ao movimento Black Lives Matter se tornou uma encenação de "relações públicas" e que a mensagem real está sendo diluída.
Ferdinand, que é negro, agora é diretor de futebol do Queens Park Rangers, que foi criticado depois que os jogadores optaram por não se ajoelhar antes da partida contra o Coventry City pelo campeonato da segunda divisão inglesa na sexta-feira.
O clube londrino divulgou um comunicado hoje dizendo que de forma alguma sugere falta de apoio à campanha.
Ferdinand, que se destacou como atacante no QPR e teve passagens de sucesso por Newcastle United e Tottenham Hotspur, disse que as críticas a um clube que ele considera um dos mais plurais da Inglaterra são injustificadas.
"Isso não deveria ser sobre o QPR. Muitos clubes não se ajoelharam no fim de semana de abertura, mas isso não foi relatado", disse Ferdinand, de 53 anos, em um comunicado do clube.
"O ato de ajoelhar foi muito poderoso, mas sentimos que o impacto agora foi diluído."
A causa do Black Lives Matter foi assumida por clubes do Campeonato Inglês na retomada da temporada passada após a morte de George Floyd, um homem negro que morreu sob custódia policial em Mineápolis em 25 de maio.
Continuar ou não se ajoelhando antes dos jogos dividiu as opiniões entre os esportes e Ferdinand acredita que o gesto, realizado pela primeira vez pelo jogador da NFL Colin Kaepernick em 2016, corre o risco de se tornar vazio.
"Ninguém é mais apaixonado do que eu por este assunto. Tenho falado sobre o assunto ao longo da minha vida no futebol", disse ele.
(Reportagem de Martyn Herman)
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