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Djokovic está livre, mas ainda há possibilidade de deportação da Austrália

Novak Djokovic treina em Melbourne após vitória na Justiça australiana antes do Australian Open - Kelly Defina / POOL / AFP
Novak Djokovic treina em Melbourne após vitória na Justiça australiana antes do Australian Open Imagem: Kelly Defina / POOL / AFP

Sonali Paul e Cordelia Hsu, da Reuters

De Melbourne, Austrália

11/01/2022 10h59

O tenista Novak Djokovic começou a se preparar nesta terça-feira para sua campanha pelo possível 21º título de Grand Slam no Aberto da Austrália, que começa na semana que vem, treinando em Melbourne Park, mas o atleta ainda enfrenta a ameaça de deportação do país.

Uma semana após sua chegada na Austrália, Djokovic finalmente chegou à quadra de tênis, após um juiz na segunda-feira frustrar a decisão do governo federal de cancelar seu visto.

Mas o número um do mundo ainda pode ser detido pelo governo federal por uma segunda vez e deportado. O gabinete do ministro da Imigração, Alex Hawke, afirmou que ele ainda avalia utilizar seu poder discricionário para cancelar o visto de Djokovic.

"Alinhado com o devido processo legal, o ministro Hawke irá considerar cuidadosamente o assunto", disse um porta-voz, que se recusou a comentar o assunto de forma mais abrangente por conta de motivos legais.

A Austrália tem uma política de barrar a entrada de não cidadãos ou não residentes no país a não ser que eles estejam completamente vacinados contra a Covid-19. O país permite dispensas médicas, mas o governo argumenta que Djokovic, que não foi vacinado, não ofereceu justificativas adequadas para conseguir a dispensa da vacinação.

O tribunal decidiu que Djokovic foi tratado de maneira injusta pelas autoridades alfandegárias em sua chegada e ordenou que o cancelamento de seu visto fosse revertido. A decisão, no entanto, não abordou se a dispensa —fundamentada no fato de que Djokovic contraiu a Covid-19 no mês passado— é válida ou não.

A disputa de Djokovic atraiu os holofotes internacionais, criando um atrito entre os governos de Canberra e Belgrado e abastecendo um acalorado debate sobre as políticas de obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19.

A opinião pública na Austrália, que batalha uma onda de infecções pela variante Ômicron do coronavírus e onde mais de 90% da população adulta já recebeu as duas doses do imunizante, têm sido amplamente contra o jogador. A cidade de Melbourne passou pelo período acumulado mais longo de lockdown no mundo, e o Estado de Victoria tem o maior número de mortes pela covid-19 no país.

O gabinete do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, afirmou que ele conversou com a primeira-ministra sérvia Ana Brnabic na segunda-feira e explicou a política de fronteira não-discriminatória da Austrália. Reportagens veiculadas na imprensa sérvia disseram que Brnabic enfatizou a importância de Djokovic conseguir se preparar para o torneio.

Djokovic, que expressou sua gratidão ao juiz e sua determinação em competir no primeiro Grand Slam do ano em uma publicação no Twitter na segunda-feira, não abordou a situação publicamente nesta terça-feira.