Wimbledon proíbe tenistas de Rússia e Belarus e barra nº 2 do mundo
Tenistas da Rússia e de Belarus não poderão competir em Wimbledon por conta da invasão à Ucrânia. Hoje (20), a organização do torneio anunciou que irá recusar a participação de atletas dessas nacionalidades na edição de 2022. Com isso, o atual nº 2 do mundo, Daniil Medvedev, não disputará o Grand Slam.
Além dele, Andrey Rublev, oitavo no ranking da ATP, e Anastasia Pavlyuchenkova, 15ª no feminino, também não participarão de Wimbledon. A competição será disputada entre os dias 27 de junho a 10 de julho.
Em comunicado oficial, o All England Club e o Comitê de Administração do campeonato expressaram seu "apoio contínuo" a todos os afetados pelo conflito no leste europeu. Eles classificaram a ofensiva russa como "agressão militar injustificada e sem precedentes".
Além disso, a organização afirmou que tem como "responsabilidade desempenhar nosso papel nos esforços generalizados para limitar a influência global da Rússia através dos meios mais fortes possíveis." O presidente do All England Club, Ian Hewitt, ainda reconheceu que a decisão é difícil para os atletas que "sofrerão pelas ações do regime russo".
A nota finaliza informando que, se a situação da guerra na Ucrânia "mudar materialmente" até o início do campeonato, em junho, a organização pode "considerar e responder adequadamente" às circunstâncias.
Horas depois do anúncio de Wimbledon, a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) condenou a decisão. A entidade do esporte classificou o veto do torneio a atletas das duas nacionalidades como "injusta".
A ATP ressaltou que "condena veementemente a repreensível" invasão da Ucrânia pela Rússia e que se solidariza com os afetados, mas considera que a decisão unilateral de Wimbledon "tem potencial de estabelecer um precedente prejudicial para o jogo".
"A discriminação com base na nacionalidade também constitui uma violação do nosso acordo com Wimbledon, que afirma que a entrada de um jogador é baseada exclusivamente no Ranking ATP", acrescenta o comunicado. O órgão completa afirmando que tenistas da Rússia e de Belarus continuarão com permissão para disputar seus torneios sob bandeira neutra, posição que "até agora era compartilhada pelo tênis profissional".
Confira a íntegra da nota de Wimbledon:
"Em nome do All England Club e do Comitê de Administração do Campeonato, desejamos expressar nosso apoio contínuo a todos os afetados pelo conflito na Ucrânia durante esses tempos chocantes e angustiantes.
Compartilhamos a condenação universal das ações ilegais da Rússia e consideramos cuidadosamente a situação no contexto de nossos deveres para com os jogadores, nossa comunidade e o público em geral do Reino Unido como instituição esportiva britânica. Também levamos em consideração as orientações estabelecidas pelo governo do Reino Unido especificamente em relação a órgãos e eventos esportivos.
Dado o perfil dos campeonatos no Reino Unido e em todo o mundo, é nossa responsabilidade desempenhar nosso papel nos esforços generalizados do governo, indústria, instituições esportivas e criativas para limitar a influência global da Rússia através dos meios mais fortes possíveis.
Nas circunstâncias de tal agressão militar injustificada e sem precedentes, seria inaceitável para o regime russo obter quaisquer benefícios do envolvimento de jogadores russos ou bielorrussos com o Campeonato.
É, portanto, nossa intenção, com profundo pesar, recusar entradas de jogadores russos e bielorrussos para o Campeonato de 2022.
Ian Hewitt, presidente do All England Club, comentou: "Reconhecemos que isso é difícil para os indivíduos afetados e é com tristeza que eles sofrerão pelas ações dos líderes do regime russo."
"Consideramos com muito cuidado as medidas alternativas que podem ser tomadas dentro da orientação do governo do Reino Unido, mas, dado o ambiente de alto nível do Campeonato, a importância de não permitir que o esporte seja usado para promover o regime russo e nossas preocupações mais amplas com o público e segurança do jogador (incluindo a família), não acreditamos que seja viável prosseguir em qualquer outra base no Campeonato."
Se as circunstâncias mudarem materialmente entre agora e junho, consideraremos e responderemos adequadamente."
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