ANÁLISE-Em meio a circo, Cristiano Ronaldo prova mais uma vez ser o mestre do picadeiro
Por Martyn Herman
DOHA (Reuters) - Expulso por seu amado Manchester United, suspenso pela Associação de Futebol da Inglaterra e considerado por muitos como um jogador perdido, Cristiano Ronaldo respondeu a tudo da melhor maneira possível quebrando mais um recorde nesta quinta-feira.
Apenas mais uma semana na brilhante carreira do ídolo português de 37 anos, que atrai aplausos e críticas como nenhum outro jogador na história do esporte.
Dois dias depois de o Manchester United encerrar abruptamente a segunda passagem do craque por Old Trafford, após as críticas contundentes do jogador ao próprio clube, Cristiano descontou sua frustração em Gana quando Portugal abriu sua campanha na Copa do Mundo com uma vitória por 3 x 2.
Falava-se que o circo em torno do atleta cinco vezes vencedor da Bola de Ouro estava distraindo a equipe do técnico Fernando Santos. Afinal, está longe do ideal que seu capitão dispute a Copa em meio a um divórcio público com seu clube, que ele acusou de traição.
Na hora do jogo desta quinta-feira no Estádio 974 de Doha, parcialmente construído com contêineres antigos, Ronaldo mostrou que, aos 37 anos, ele mantém o dom mágico de entregar quando é preciso.
O português entrou na partida já detendo o recorde mundial de gols por uma seleção e chegou a 118 aos 20 minutos da segunda etapa, com um pênalti que o tornou o primeiro jogador a marcar em cinco edições da Copa do Mundo
A maneira como seus companheiros comemoraram com ele quando marcou o primeiro gol de Portugal falou muito sobre sua lealdade ao capitão: todos os jogadores em campo e os reservas enterrando o atacante sob uma pilha de corpos.
Os torcedores portugueses atrás do gol cantaram o seu nome e deram-lhe outra grande ovação quando foi substituído, aos 43 minutos da etapa final.
É fácil falar de Ronaldo apenas em termos de estatísticas, com tantas marcas alcançadas.
Mas vê-lo na quinta-feira, especialmente depois de uma semana em que ele foi dispensado pelo United e sancionado pela federação inglesa por quebrar o telefone de um jovem torcedor do Everton, foi apreciar exatamente o que o marca como o maior de todos os tempos.
A noite, mais uma vez, foi do CR7.
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