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Copa do Mundo incendeia torcedores no "Mini Brasil" do Paquistão

02/12/2022 09h20

CARACHI (Reuters) - Bandeiras de alguns países que competem na Copa do Mundo de futebol tremulavam enquanto meninos em um beco empoeirado na cidade de Karachi, no sul do Paquistão, chutavam uma bola sob uma febre de excitação.

O bairro apaixonado por futebol de Lyari também é conhecido como "Mini Brasil", e este ano um mural com as estrelas do esporte, do argentino Lionel Messi ao brasileiro Neymar e o português Cristiano Ronaldo, está no centro das atenções.

"O frenesi do futebol aqui é tão grande que parece que a Copa do Mundo não está sendo disputada no Catar, mas em Lyari", disse à Reuters Waseem Sarbazi, membro de uma academia de treinadores de futebol próxima.

O Paquistão nunca se classificou para uma Copa do Mundo, mas muitos jovens ainda se matriculam em academias de futebol para treinar por horas todos os dias em Lyari, uma das áreas mais pobres da cidade portuária, na esperança de um dia entrar em um campo internacional.

"Queremos que a Fifa se envolva nas atividades futebolísticas em Lyari", acrescentou Sarbazi. "Eles deveriam ter um evento aqui porque há um número incontável de jogadores e espectadores aqui."

Milhares compareceram ao "Mini Brasil" na última segunda-feira, quando o Brasil jogou contra a Suíça, vestindo as clássicas cores verde e amarela de sua seleção favorita enquanto se reuniam em frente a grandes telas de televisão ao som de uma música estridente.

Os torcedores explodiram em alegria e dançaram quando o Brasil selou sua classificação para a fase final com uma vitória por 1 x 0 sobre a Suíça.

"Fui trabalhar com a camisa do Brasil e agora, à noite, continuo com a camisa durante a partida", disse outro torcedor, Mohammad Yasin.

"Vou continuar vestindo esta camisa, quer eles percam ou ganhem. Não vou tirar esta camisa de jeito nenhum."

O sucesso do Brasil atrairá milhares de outros no "Mini Brasil" nesta sexta-feira, quando o time enfrentará Camarões. Se empatar ou vencer, o Brasil garante a liderança do Grupo G.

(Reportagem de Waseem Sattar e Sheree Sardar)