ANÁLISE-Seleção faz lembrar como é assistir o melhor do Brasil em campo
Por Fernando Kallas
DOHA (Reuters) - O Brasil deu uma aula de futebol ao derrotar a Coreia do Sul por 4 x 1 nas oitavas de final da Copa do Mundo, que trouxe boas lembranças para torcedores de todo o mundo que esperavam pelo retorno do brilho do futebol brasileiro em campo.
Animado por uma trilha sonora de samba e dança ritmada ouvida das arquibancadas do Estádio 974, o Brasil se divertiu jogando contra um time que havia avançado às custas de Gana e Uruguai, e vencido a equipe reserva da seleção de Portugal.
Na verdade, os sul-coreanos podem agradecer ao goleiro Kim Seung-gyu pelo fato de o Brasil não ter chegado a um placar de dois dígitos.
Voltando de uma lesão no tornozelo, Neymar foi o líder da equipe formada pelo técnico Tite, um técnico que fez carreira jogando um futebol conservador, mas deixou para trás sua formação defensiva para permitir o surgimento de uma nova geração de talentos na seleção.
Ele foi questionado por trazer nove atacantes para o Catar, e surpreendeu ao selecionar um quinteto de jogadores comprometidos com o futebol ofensivo no time titular: Lucas Paquetá, Neymar, Vinícius Jr, Raphinha e Richarlison.
Sua coragem valeu a pena, com seu time jogando de uma maneira que fez lembrar as seleções brasileiras de 1970 e 1982, que conquistaram os corações dos fãs de futebol em todo o mundo.
O Brasil distribuiu a bola lindamente, com uma infinidade de combinações de passes de primeira que encurralaram os sul-coreanos que não tinham forma de se defender contra tanto talento.
Vinícius Jr. continua a evoluir como a nova estrela do Brasil em formação, amadurecendo e ganhando confiança a cada jogo e ajudando Neymar a carregar as esperanças de uma nação.
O ágil ponta de 22 anos, que já era um pesadelo para qualquer defesa com suas arrancadas e dribles, está começando a desenvolver um faro de gol.
Ele colocou o Brasil na frente com um magnífico chute no canto superior esquerdo do gol, esperando a hora certa para finalizar por cima do goleiro e de quatro zagueiros que lotavam a área à sua frente.
Mais tarde, ele fez um belo cruzamento para Paquetá marcar o quarto gol do Brasil, mostrando um controle e visão que só jogadores especiais possuem.
Foi uma vitória necessária para o Brasil, que chegou ao Catar com a pressão de ser o favorito do torneio e foi sorteado em um difícil Grupo G, que incluiu Suíça e Sérvia, times defensivos que jogam um estilo que sempre desafia Tite.
O Brasil jogou bem em vitórias muito acirradas contra sérvios e suíços, resultados que deram a eles o privilégio de enfrentar seus jogadores marginais na última partida da fase de grupos contra Camarões, com passagem já marcada para as oitavas de final.
A derrota por 1 x 0 para Camarões gerou algumas críticas, mas mais uma vez Tite provou estar certo, com seus titulares descansados e ansiosos para mostrar ao mundo do que são capazes quando mais importa.
Jogar um futebol de ataque como a Coreia do Sul tentou contra esta brilhante seleção brasileira parece um suicídio esportivo. A Croácia terá que fazer uma escolha difícil enquanto se prepara para enfrentar o Brasil nas quartas de final, na sexta-feira.
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