Jogar com Pelé era sentir que a vitória viria, diz Gérson
Por Gabriel Araujo
(Reuters) - Jogar futebol ao lado de Pelé era sentir que a vitória viria, afirmou Gérson de Oliveira Nunes, companheiro do Rei do Futebol no tricampeonato mundial da Seleção Brasileira.
"Ele sempre procurou facilitar para todo mundo, inclusive no posicionamento dele dentro do campo, facilitando que a bola chegasse nele. Isso é o que o tornou o melhor do mundo," disse o ex-jogador sobre Pelé, que morreu na quinta-feira aos 82 anos de idade em decorrência de um câncer.
Gérson, apelidado de Canhotinha de Ouro, relembrou as dificuldades e estratégias para enfrentar o craque em campo, que envolviam esquemas para bloquear suas jogadas.
"De vez em quando a gente conseguia, mas não tinha o que pensar muito. Tinha era que agir, porque se pensasse por dois segundos ele já teria feito (a jogada), então não adiantava tática," disse Gérson, que atuou em clubes como Botafogo, Fluminense, São Paulo e Flamengo.
Tanto ele quanto Pelé marcaram na final de 1970, quando o Brasil bateu a Itália por 4-1 para conquistar seu terceiro título mundial.
Gérson também participou com Pelé de uma emblemática partida em 1968 em que a Rainha Elizabeth II assistiu a um amistoso entre uma Seleção Paulista e Seleção Carioca no estádio do Maracanã.
"Depois a rainha deu a taça do jogo para ele e eu estava lá. Foi um momento marcante, a presença da rainha, o que não era comum no futebol," explicou.
"O legado de Pelé é o de ser um jogador brilhante, dentro e fora das quatro linhas. Como estão dizendo e eu concordo: o Edson Arantes do Nascimento morreu, mas o Pelé é eterno."
"O mundo está de luto e o futebol está de luto eterno," concluiu Gérson.
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