Após 34 anos, polícia britânica pede desculpas por tragédia de Hillsborough
O Conselho Nacional de Chefes de Polícia do Reino Unido (NPCC) e o College of Policing pediram desculpas aos sobreviventes e às famílias das vítimas da tragédia do estádio de Hillsborough, no qual 97 torcedores do Liverpool perderam a vida.
O policiamento falhou profundamente com os enlutados pelo desastre de Hillsborough ao longo de muitos anos e lamentamos que o serviço tenha entendido tão errado", disse o chefe da polícia Andy Marsh em um comunicado.
O que aconteceu?
- A semifinal da Copa da Inglaterra de 1989 foi palco do pior desastre esportivo da história do Reino Unido: 96 torcedores do Liverpool morreram esmagados em um estádio superlotado e cercado.
- Outro torcedor morreu em julho de 2021, após sofrer danos cerebrais e permanecer em estado vegetativo por quase 32 anos, sendo considerado oficialmente a 97ª vítima da tragédia.
- A polícia a princípio culpou torcedores bêbados pelo desastre, uma explicação que sempre foi rejeitada por sobreviventes, parentes das vítimas e pela população de Liverpool, que passou anos lutando para descobrir o que havia acontecido.
No entanto, inquéritos posteriores e independentes absolveram os torcedores de qualquer responsabilidade pelas mortes.
As falhas da polícia foram a principal causa da tragédia e continuaram a prejudicar a vida dos familiares desde então. Quando a liderança era mais necessária, os enlutados muitas vezes eram tratados com insensibilidade e a resposta carecia de coordenação e supervisão", admite a Polícia no comunicado.
'Terríveis falhas policiais'
Martin Hewitt, presidente do NPCC, disse estar "profundamente arrependido pela trágica perda de vidas" e pela "dor e sofrimento que as famílias das 97 vítimas experimentaram". Após 34 anos, o Conselho admitiu que houve falha policial.
As mudanças feitas desde o desastre de Hillsborough e em resposta ao relatório do Reverendo James Jones visam garantir que as terríveis falhas policiais cometidas no dia e no rescaldo nunca mais aconteçam."
Em 2019, o ex-superintendente-chefe David Duckenfield, comandante da polícia responsável pelas operações no estádio, foi considerado inocente de homicídio culposo —uma decisão que chocou os sobreviventes e familiares das vítimas.
(Reportagem de Rohith Nair em Bengaluru)
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