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Paris aponta terrorismo e ataques cibernéticos como ameaças à Olimpíada de 2024

Anéis olímpicos em frente à Torre Eiffel, em Paris Imagem: CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS

23/11/2023 13h16

Terrorismo e ataques cibernéticos são os dois principais riscos de segurança que os Jogos Olímpicos de Paris enfrentam, com uma cerimônia de abertura potencialmente muito exposta, mas os organizadores estão confiantes de que estarão prontos para enfrentar o desafio no próximo ano.

Os Jogos Paris 2024 estão lançando o terceiro de quatro pacotes de licitações para segurança privada, o que resultará na presença de 17.000 a 22.000 agentes por dia — incluindo 2.000 para a cerimônia de abertura, que será um longo desfile no Rio Sena com a presença de possivelmente 600.000 pessoas.

Cerca de 30.000 policiais e soldados também serão mobilizados para proteger os arredores no evento em 26 de julho do ano que vem.

"Para a cerimônia de abertura, há um protocolo específico com o Estado e a Prefeitura de Paris. Estamos confiantes de que estamos no caminho certo, de que atingiremos nossas metas", disse o diretor de segurança do Paris 2024, Bruno Le Ray, a repórteres nesta quinta-feira.

Ele acrescentou que o orçamento de segurança de 320 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão na cotação atual) permaneceu inalterado.

"O primeiro risco é o risco terrorista. Nós o integramos, infelizmente, em todos os planos de segurança", disse Thomas Collomb, diretor executivo de segurança da Paris 2024.

Ele foi vice-diretor de segurança e proteção dos locais oficiais da Euro 2016 sete meses após os ataques islâmicos de novembro de 2015 em Paris, que envolveram um ataque simultâneo de homens armados e homens-bomba em locais de entretenimento e cafés da capital francesa.

"Desde 2015, o risco terrorista está sendo levado em conta. A ameaça cibernética é o outro risco principal", acrescentou Collomb. "Os drones também são um assunto, as Forças Armadas estão enfrentando esse risco há algum tempo. Ele está no plano de segurança dos Jogos desde 2019."

Na semana passada, os organizadores da Olimpíada pediram aumento da vigilância depois que os serviços de segurança franceses disseram ter descoberto uma campanha de desinformação proveniente do Azerbaijão que visava minar a capacidade da capital francesa de realizar o evento.

Em janeiro, o principal órgão de auditoria da França alertou que a cerimônia de abertura no Rio Sena representava um "grande desafio", destacando as preocupações sobre a dependência de operadores de segurança privada para proteger os Jogos.

Le Ray, que era o chefe militar de Paris na época dos ataques de 2015, disse que o mercado de segurança privada estava com uma escassez estimada de 20.000 agentes em todo o país, mas insistiu que o processo de recrutamento por meio de licitações estava "dentro do prazo".

"A cerimônia de abertura é o maior evento do ponto de vista da segurança que já vimos em muito tempo na Europa", disse Brittany Jacobs, presidente do departamento de gestão esportiva da American Public University System, à Reuters.

"Acho que sempre haverá algo que pode dar errado, mas a questão é se você está preparado para algo que pode dar errado. Há preocupações com drones, grupos terroristas, algo inevitavelmente dará errado sempre que você tiver um evento como esse em um espaço aberto", disse.

Jacobs, no entanto, acredita que os organizadores estão hoje "mais preparados" do que em 1996, quando uma pessoa foi morta e 111 outras ficaram feridas e, atentado a bomba no Parque Olímpico de Atlanta durante os Jogos Olímpicos.

"Os riscos e as recompensas são potencialmente muito altos. Vamos falar sobre isso (a cerimônia de abertura de Paris) por décadas", acrescentou.

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