Justiça do Rio retira presidente da CBF do cargo e nomeia interventor
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi retirado do cargo nesta quinta-feira por uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro, informou o Tribunal de Justiça do Estado.
A corte invalidou uma assembleia da entidade realizada em 2022 que elegeu Rodrigues para o comando da CBF até 2026, e nomeou como interventor o atual presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz.
O interino terá de promover uma nova eleição no prazo de 30 dias, de acordo com a decisão judicial.
A CBF confirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que tomou conhecimento da decisão judicial e disse que as medidas cabíveis estão sendo analisadas.
A decisão de retirar o presidente da CBF do cargo foi tomada atendendo a um pedido de ex-vices-presidentes da CBF que perderam seus cargos no âmbito de um acordo firmado em 2022 pela confederação com o Ministério Público sobre o processo eleitoral para a presidência da confederação.
O acordo estabeleceu a realização de uma nova eleição para o comando da CBF, na qual Rodrigues foi eleito presidente e os então vices perderam seus cargos.
Na decisão desta quinta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendeu que o Termo de Acordo de Conduta (TAC) assinado entre o MP e a CBF foi ilegal.
A intervenção da Justiça no comando da CBF pode implicar em punições ao Brasil por parte da Fifa. Mais cedo nesta quinta, antes da decisão judicial, a federação internacional notificou a CBF sobre as consequências de uma saída forçada de Rodrigues.
“A Fifa foi informada que um acordo celebrado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro, e que foi posteriormente aprovado pela Assembleia Geral da CBF, pode agora aparentemente correr o risco de ser cancelado ou alterado pelos tribunais locais. Entendemos também que um eventual cancelamento ou modificação de tal acordo poderá impactar no resultado das eleições da Diretoria Executiva da CBF, ocorridas em 23 de março de 2022", disse a Fifa em comunicado.
"Neste contexto, gostaríamos de lembrar à CBF que as associações membros da Fifa são obrigadas a gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros, incluindo quaisquer autoridades estatais. Qualquer violação de tal obrigação pode levar a potenciais sanções, conforme previsto nos Estatutos da Fifa", acrescentou.
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