Rússia acusa presidente do COI de "conspiração" para excluir seus atletas
(Reuters) - A Rússia acusou o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, na terça-feira, de participar de uma "conspiração" com a Ucrânia para excluir seus atletas mais fortes dos Jogos de Paris deste ano.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, fez a alegação depois que dois comediantes russos conhecidos como Vovan e Lexus publicaram uma gravação de uma conversa com Bach, na qual ele foi falsamente levado a acreditar que estava falando com um dirigente esportivo africano.
Bach disse na ligação que o COI havia estabelecido um painel especial para monitorar a mídia e a Internet e garantir que os atletas russos que fizeram declarações políticas em apoio ao seu governo não pudessem participar das Olimpíadas.
"Também oferecemos ao lado ucraniano - não apenas oferecemos, mas pedimos a eles - que nos fornecessem seu conhecimento sobre o comportamento de tais atletas ou dirigentes (russos)", afirma Bach em inglês na gravação.
Zakharova postou no Telegram que Bach havia "entrado em uma conspiração político-administrativa e, aparentemente, criminosa com uma parte específica" - ou seja, a Ucrânia - "para excluir competidores esportivos fortes de competições internacionais".
Ela acrescentou: "O relacionamento do presidente do COI, Bach, com o Comitê Olímpico Nacional da Ucrânia e suas autoridades, e as admissões de um 'pedido para monitorar atletas russos' devem ser objeto de uma investigação completa".
As relações entre a Rússia e o COI pioraram muito no período que antecede as Olimpíadas, nas quais os atletas russos e bielorrussos competirão como neutros, sem suas bandeiras e hinos, devido à guerra na Ucrânia. Eles também foram proibidos de participar do desfile de abertura.
Antecipando-se à divulgação da ligação, o COI disse no mês passado que Bach havia sido vítima de uma farsa.
O COI anunciou publicamente a criação de um painel de revisão para avaliar a elegibilidade de todos os atletas russos ou bielorrussos que se classificarem para Paris. Para serem liberados para competir, os atletas não devem ter apoiado ativamente a guerra na Ucrânia e não devem ter contrato com nenhuma agência militar ou de segurança.
(Reportagem de Mark Trevelyan)