Afeganistão terá delegação com equidade de gênero na Olimpíada; Taliban é banido

LAUSANNE, Suíça (Reuters) - O Afeganistão terá uma delegação com equidade de gênero na Olimpíada de Paris, composta de três homens e três mulheres, em medida altamente simbólica, e nenhuma autoridade do Taliban poderá estar presente nos Jogos, informou nesta quinta-feira o Comitê Olímpico Internacional (COI).    A entidade afirmou que a equidade de gênero na delegação é uma mensagem para o Afeganistão, que sob o Taliban restringiu o acesso de mulheres e crianças ao esporte e a academias, e para o restante do mundo.    O chefe do Comitê Olímpico Afegão, reconhecido pelo COI, e seu secretário-geral estão no exílio, disse o órgão.    “Temos trabalhado há algum tempo com o presidente do Comitê Olímpico Afegão e com o secretário-geral, que reconhecemos no exílio”, afirmou o porta-voz do COI, Mark Adams. “Deixamos claro que queremos uma delegação com equidade de gênero. Essa foi a demanda e isso é o que obtivemos.”    O Taliban, que alega respeitar o direito das mulheres sob a sua interpretação da lei islâmica e dos costumes locais, fechou escolas para garotas, impôs restrições de viagens contra mulheres desacompanhadas de homens e restringiu o acesso a parques e academias desde que assumiu o poder, em agosto de 2021.    Os atletas masculinos do Afeganistão competirão no atletismo, natação e judô em Paris. Já as mulheres estarão no atletismo e no ciclismo, disse Adams.    O COI suspendeu o comitê afegão em 1999, e o país foi banido dos Jogos de Sydney, em 2000. A nação voltou a participar da Olimpíada após a queda do Taliban, em 2001.    (Reportagem de Karolos Grohmann)

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