Palestinos são vencedores só por estarem nos Jogos de Paris, dizem atletas

PARIS (Reuters) - A presença de atletas palestinos nos Jogos Olímpicos de Paris já é uma grande vitória para a equipe em meio ao conflito no Oriente Médio, disseram eles neste sábado, menos de uma semana antes do início da Olimpíada.

A equipe palestina para os Jogos que começam na sexta-feira é composta por seis atletas que competirão no boxe, judô, taekwondo, tiro e natação, com poucas esperanças de medalha."Com ou sem medalha, nós já ganhamos", disse o nadador Yazan Al Bawwab à Reuters.

"O fato de estarmos aqui. O fato de que as pessoas não querem que estejamos aqui, não querem que pratiquemos esportes. Elas não querem que existamos".

"As pessoas não querem que os palestinos existam. Elas olham para a bandeira e não a querem. Portanto, estar aqui é uma vitória", disse Al Bawwab, que será o porta-bandeira da equipe durante a cerimônia de abertura.

Cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 foram capturadas e levadas como reféns para Gaza em um ataque ao sul de Israel liderado pelo grupo militante palestino Hamas no último dia 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses.

A ofensiva militar israelense lançada em resposta em Gaza, governada pelo Hamas, matou quase 39.000 palestinos, segundo autoridades de saúde do enclave palestino. Israel afirma que 326 de seus soldados foram mortos em Gaza.

No período que antecedeu os Jogos Olímpicos de Paris, os atletas palestinos receberam apoio de países árabes, incluindo Kuwait, Qatar, Líbia e Egito, para permitir o treinamento nesses países.

Autoridades esportivas palestinas disseram que, desde o início do conflito em outubro de 2023, mais de 300 atletas, árbitros e autoridades esportivas foram mortos e todas as instalações esportivas em Gaza foram demolidas.

"Eu já disse isso antes, mas sou uma das pessoas mais sortudas do mundo", disse a nadadora Valerie Tarazi. "Tenho a oportunidade de competir pelo meu país, de levantar a bandeira do meu país."

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"Meu coração está com eles. Toda vez que nado, toda vez que pulo na piscina, penso no povo da Palestina, em suas lutas. E eu só quero representá-los da melhor maneira possível."

(Por Nathan Frandino e Elena Rodriguez)

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