Isaquias Queiroz e Raquel Kochhann serão porta-bandeiras do Brasil na abertura dos Jogos de Paris

(Reuters) - Isaquias Queiroz, único brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Olimpíada, e Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi e recém-recuperada de um câncer, foram escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para representar a delegação no desfile pelo rio Sena na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris na sexta-feira.

Isaquias, que busca popularizar a canoagem velocidade no país, soma quatro medalhas olímpicas: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m) na Rio 2016 e um ouro em Tóquio 2020 no C1 1000m. Ele defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.

"Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil", disse o atleta, segundo comunicado divulgado pelo COB na noite de segunda-feira.

O rúgbi é um dos esportes mais populares da França, sede desta edição olímpica, mas ainda tem muito potencial para crescimento no Brasil. Raquel chegou à seleção desde que o rúgbi sevens entrou para o programa olímpico, na Rio 2016. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, ela descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.

A atleta enfrentou mastectomia, quimio e radioterapia, e em dezembro de 2023, foi novamente convocada para a seleção. Agora, ela celebra a volta ao palco olímpico carregando a bandeira de uma delegação do Brasil majoritariamente feminina, com 153 mulheres dentre os 276 classificados.

"Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa cerimônia de abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir", afirmou Raquel, natural de Saudades, em Santa Catarina.

(Por Tatiana Ramil)

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