Medalhas olímpicas no judô empolgam torcedores franceses nos Jogos de Paris

Por John Irish e Vincent Daheron

PARIS (Reuters) - Se o dojô de judô ao pé da Torre Eiffel servir de referência, a delegação olímpica da França deverá ter alguns dias agitados nas próximas duas semanas, depois que dois representantes do país ganharam medalhas no sábado.

Sob o olhar atento do presidente Emmanuel Macron, que tinha acabado de se sentar ao lado do tatame, Luka Mkheidze conquistou a primeira medalha de prata do país anfitrião, ao perder para seu oponente cazaque. Mkheidze recebeu status de refugiado em 2010 depois de fugir da região separatista da Ossétia do Sul, na Geórgia.

O rugido ensurdecedor dos 8.000 espectadores, mesmo depois da derrota de Mkheidze, foi o ápice de várias horas de um apoio bem-humorado a Mkheidze, na categoria até 60 kg, e a Shirine Boukli, na categoria até 48 kg, que anteriormente levou a medalha de bronze.

"Foi mágico. O público é louco. Os torcedores nos dão ondas positivas e dá vontade de massacrar tudo", disse ela aos repórteres. "Estou tão orgulhosa."

O estádio temporário com vista para o marco mais famoso de Paris era um caldeirão intimidador para os judocas adversários.

O nome dos atletas franceses eram repetidos constantemente, gritos de "Os torcedores estão aqui com vocês" ecoavam em cada canto e até mesmo os cantos entusiasmados do hino nacional da Marselhesa deixavam poucos em dúvida sobre quem queriam que vencesse.

Na vitória nas semifinais, Mkheidze se alimentou da torcida e exibiu a bandeira francesa em seu kimono azul, dando ainda mais voz aos torcedores da casa. “Para ele o apoio é muito importante”, disse a irmã de Mkheidze, Veriko Pestel, aos repórteres. “Em Tóquio não havia torcedores por causa da Covid e isso o afetou. Com todos apoiando-o hoje, isso lhe deu força.”

“A atmosfera é como assistir a uma partida de futebol”, disse Laure, que veio a Paris para assistir ao judô daquele dia. Ela foi uma das muitas pessoas que enfrentou a chuva - e às vezes a lama - no início do dia, fazendo fila para entrar antes da movimentada agenda noturna.

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Grandes nomes também estiveram presentes para apoiar a equipe de judô. A lenda do futebol francês Zinedine Zidane até pediu para falar com Boukli depois que ela ganhou a primeira medalha do país, disse ela aos repórteres.

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