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Recordista do Pan mostra revolta com organização de Santo Domingo

15/07/2003 13h15

Da Redação
Em São Paulo

O velejador paulistano Cláudio Biekarck está revoltado com a decisão da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) de tirar a sua classe, a Lightning, dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, marcados para agosto, na República Dominicana.

Recordista de medalhas da competição no iatismo, com uma de ouro, quatro de prata e uma de bronze, Cláudio teve prejuízos financeiros e, aos 52 anos, perdeu uma oportunidade de mostrar, internacionalmente, a sua competência na briga por mais um lugar no pódio.

Biekarck disputou seis vezes o Pan-americano. A primeira medalha foi de prata, na Cidade do México, em 1975 (classe Finn). As outras cinco foram na Lightning: ouro em Caracas (1983); prata em Havana (1991), Mar del Plata (1995) e Winnipeg (1999), além do bronze em Indianápolis (1987).

Segundo o velejador, tudo estava preparado para ele representar o Brasil na República Dominicana quando soube que todas as classes não-olímpicas estariam fora dos Jogos. "Foi muito frustrante. Comprei velas novas especialmente para a competição. Para a modalidade, isso é péssimo. Acredito até que no Pan do Rio, em 2007, essas classes voltem, apesar de não ter havido um comunicado oficial sobre a mudança. Mas, como estamos a alguns dias da disputa, duvido que algo seja alterado este ano", afirmou.

Cláudio Biekarck lembra ainda que o barco que usaria é alugado e estava pronto em Miami. De lá, seria levado para Santo Domingo. "Não existe argumento aceitável para a retirada dessas classes do Pan, a não ser a alegação de que a cidade que organizará os Jogos deste ano está com as obras atrasadas e com problemas para receber as delegações, jornalistas e turistas. Esta alegação seria bem mais elegante por parte da Odepa", comentou o experiente iatista.

"Já disputei seis pan-americanos e ganhei muitas medalhas, mas imagine como um novato se sentiria. O pior é que não temos a quem recorrer e alguma entidade deveria assumir os prejuízos financeiros que os atletas que não vão mais viajar já
tiveram", completou.