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Velejadores concordam que largada será essencial no Match Race Brasil

14/10/2003 15h07

Da Redação
Em São Paulo

Os oito timoneiros que vão comandar suas equipes na disputa da segunda etapa do Match Race Brasil de sexta-feira a domingo em Ilhabela têm um desafio em comum: largar o melhor possível para sair em vantagem em todas as regatas.

Como as ultrapassagens são muito difíceis, em uma competição barco contra barco (veleiros 40.7), uma boa largada pode assegurar a vitória. A opinião é unânime entre velejadores como Robert Scheidt, Marcos Soares e Marcelo Ferreira.

Para Robert Scheidt, hexacampeão mundial e tricampeão pan-americano da classe Laser e vice-campeão da primeira etapa do Match Race, disputada em maio, em Búzios (RJ), uma boa sensibilidade na hora da partida é fundamental neste tipo de competição.

"O grande objetivo é chegar próximo à linha de largada em boa velocidade e com certa vantagem para o adversário. Essa sensibilidade que bons largadores têm como o Alan Adler e o Torben Grael pode definir logo no início o vencedor", comentou o velejador paulista, de 30 anos.

Alan Adler, campeão mundial de Star em 1989 e medalha de prata no Pan de Santo Domingo na J24, concorda com Robert. Para ele, a largada é responsável por cerca de 60% de um bom resultado numa regata de match race.

"Dependendo do vento e das correntes, as ultrapassagens são muito difíceis. É como correr em Mônaco na Fórmula 1. As oportunidades de tirar a diferença para o adversário nas manobras são muito pequenas", analisou o carioca, de 39 anos.

O campeão olímpico Marcos Soares (ouro na classe 470, nos Jogos de Moscou, em 1980), acha que largar mal é como tomar um gol de pênalti no início de um jogo de futebol. "É difícil reverter a situação. Você tem de partir para manobras mais ousadas e isso nem sempre dá certo", explicou. "É importante conhecer muito bem as regras e a tática da competição."

Medalha de ouro e de bronze na Star nas Olimpíadas de Atlanta e de Sydney e campeão da primeira etapa, em Búzios, Marcelo Ferreira é o tático da equipe de Torben Grael. Para ele, um bom início é decisivo.

"A largada é 90% da regata. Largar atrás é muito prejuízo porque a marcação é muito forte e o barco que está na frente tem muita vantagem na tática de prova", comentou. "Vamos tentar a segunda vitória, mas sabemos que será muito difícil. Sei que nossos adversários têm treinado muito."

Na prova serão utilizados quatro veleiros Benneteau 40.7 de aproximadamente 13 metros, com sete toneladas e três velas: Alucinante, Asbar, Capim Canela e Odoyá. Wiki-Wiki será a embarcação reserva. Além de Torben Grael, Alan Adler, Robert Scheidt e Marcos Soares, os outros comandantes são Alex Welter, André Fonseca, Gastão Brun e João Signorini.

As oito tripulações participantes serão divididas em duas chaves de quatro, com todos os barcos se enfrentando dentro dos grupos entre 17 e 18 de outubro. No dia 19 será disputada a fase decisiva numa série melhor-de-três regatas.

Os dois primeiros colocados de cada chave fazem as semifinais e os vencedores disputam a grande final. As regatas serão curtas, com cerca de 5 quilômetros, e deverão demorar em torno de 25 minutos, dependendo do vento.