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Torben Grael retorna às competições no Rio

Fernando Itokazu

Da Folhapress <br>Em São Paulo

20/11/2009 00h32

STAR REÚNE ATLETAS MAIS RENOMADOS

  • Volvo Ocean Race

    Não é somente no Brasil que a Star reúne os velejadores mais renomados. Considerado o barco mais técnico das classes olímpicas, a Star é principal vitrine no mundo da vela. "A Star acaba projetando nomes para a vela oceânica, para os barcos grandes", afirma Marcelo Ferreira, proeiro de Torben Grael (foto). "É mais forte, é outra história."

    Ferreira cita o caso da mudança de status do adversário Robert Scheidt. "Ele ganhou oito Mundiais de Laser, mas só depois que conquistou um de Star é que foi convidado para a vela oceânica", completou.

    O velejador Murillo Novaes, ex-gerente de comunicação da CBVM (Confederação Brasileira de Vela e Motor), afirma que, por ser um barco mais técnico, em algum momento da carreira os grandes competidores optam por disputar a classe. "Além disso, não é um barco em que é necessário ser um superatleta", afirma Novaes. "É só ver o caso do Lars [Grael], que, mesmo amputado, está conseguindo os bons resultados na star." Ele argumenta ainda que pelo alto nível da concorrência e pelas sutilezas do barco um detalhe pode significar um pódio ou a 11ª posição.

Recordista de pódios olímpicos (dois ouros, uma prata e dois bronzes) da história da vela, Torben Grael, 49, desistiu de tentar aumentar a coleção em Pequim-2008 para navegar por outros mares, literalmente.

Agora, depois de duas voltas ao mundo e títulos inéditos, o velejador conhecido como 'Turbina' retorna às competições de vela olímpica. Ao lado de Marcelo Ferreira, Torben disputa a partir de amanhã a Taça Royal Thames, no Iate Clube do Rio de Janeiro.

A competição é tradicional e neste ano, além da elite brasileira, vai contar com várias estrelas internacionais, já que o Mundial de star está marcado para janeiro também no Rio. "Estou meio enferrujado, já que estou afastado da star há um bom tempo", disse o bicampeão olímpico da classe. "Vamos ver o que dá para fazer".

O 'treino de luxo' para o Mundial atraiu a elite da star. Além de marcar o retorno de Torben, a Royal Thames terá a presença de Robert Scheidt e Bruno Prada, vice-campeões em Pequim-2008, e Lars Grael e Ronald Seifert, medalha de bronze no último Mundial.

Entre os estrangeiros, destaque para os suíços Flavio Marazzi e Enrico de Maria, líderes do ranking mundial, e os americanos George Szabo e Rick Peters, campeões mundiais.

Antes do Mundial, acontece o Sul-Americano, na semana que vem e no mesmo local, mas Torben considera o tempo insuficiente para uma boa readaptação. "Seriam necessários uns seis meses de preparação". Longe da star, Torben foi eleito pela primeira vez o velejador do ano pela Federação Internacional de Vela. Pesou para o título inédito (após quatro indicações), a conquista de forma avassaladora da Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo, em sua segunda tentativa.

Como capitão do Ericsson 4, Torben foi vitorioso em cinco e esteve no pódio em oito das dez etapas da competição. "É um título importantíssimo, que coroa uma temporada muito boa", afirmou ele, que diz ainda não saber o que vai priorizar neste ciclo olímpico. Segundo Torben, é necessário aguardar o que vai acontecer nos próximos meses.

Para desafiar Scheidt e o irmão Lars por uma vaga em Londres-2012, Torben afirma que teria que estruturar um programa. "Mesmo com meu currículo, nunca é muito fácil conseguir patrocínio". Proeiro de Torben, Marcelo Ferreira reconhece que a parceria está um pouco atrás das rivais. "Mas ele [Torben] está com bastante gás para a star".