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Mundial de Star começa com volta de estrelas brasileiras e 12 títulos mundiais

Bruno Doro<br>No Rio de Janeiro

16/01/2010 12h01

A partir deste sábado, o Rio de Janeiro recebe a elite da vela no planeta. No Campeonato Mundial de Star, que começa nesta tarde nas águas da Baía de Guanabara, terá uma série de atrações.

Para os brasileiros, Torben Grael e Robert Scheidt, os principais atletas olímpicos do Brasil, voltam a se encontrar. Dono de cinco medalhas olímpicas, duas delas de ouro, Grael está de volta à classe que o consagrou. Scheidt, após uma temporada em veleiros grandes, também volta ao barco em que foi prata olímpico.

Além disso, o torneio conta com todo o pódio olímpico das Olimpíadas de 2008, em Pequim: além de Scheidt e Bruno Prada, estão competindo em águas cariocas Os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, ouro, e os suecos Freddy Loof e Johan Tillander, bronze.

Confira os destaques da competição:

GRAEL E FERREIRA
Bicampeões olímpicos, Torben Grael e Marcelo Ferreira disputam seu primeiro grande evento da classe Star desde 2007, quando ficaram em 13º. lugar. Nesse período, Grael se afastou dos "barquinhos" e foi campeão da Volvo Ocean Race e eleito melhor do mundo pela Isaf (Federação Internacional de Vela) em 2009. O pouco tempo de treinamento, porém, faz com que a dupla afaste o favoritismo: “Ficamos parados muito tempo e mesmo tendo retornado aos torneios no fim do ano, ainda sentindo falta de ritmo”, diz Grael.
SCHEIDT E PRADA
A situação é semelhante com a segunda dupla mais premiada do país na classe. Campeões mundiais em 2007 e vice-campeões olímpicos em 2008, Robert Scheidt e Bruno Prada tiveram uma temporada diferente em 2009: o bicampeão olímpico (na classe Laser) se dedicou a barcos grandes e o tempo de treinamento foi curto. Nas competições preparatórias, a dupla não foi bem: 14º lugar na Taça Royal Thames e 9º no Sul-Americano, ambos disputados no Rio: “Este tem de ser o nosso campeonato da virada. Não fomos bem nas competições finais do ano passado e tivemos até de trocar de barco, o que não deixa de ser uma medida drástica.”
LARS GRAEL PODE SURPREENDER
A flotilha de brasileiros, com 23 barcos inscritos, não depende apenas de Grael ou Scheidt. Outros barcos também podem surpreender. O principal deles é Lars Grael, irmão mais novo de Torben, dono de duas medalhas olímpicas na classe Tornado. Ele foi terceiro colocado no Mundial de 2009, na Suécia. “Será um torneio muito disputado. E a regularidade é fundamental, já que serão apenas seis regatas”, disse Lars. Além dele, Alan Adler, primeiro brasileiro campeão mundial da classe, em 1989, corre por fora.
12 TÍTULOS MUNDIAIS
O grande desafio para os brasileiros é a qualidade dos estrangeiros que vieram ao Rio. Entre as 73 duplas velejando, 11 campeões mundiais: além dos brasileiros Adler (1989), Grael (1990), Ferreira (1990 e 1997), Scheidt e Prada (2007), estão os norte-americanos George Szabo e Rick Peters (2009), o canadense Ross MacDonald (1997), o francês Xavier Rohart (2003 e 2005), o inglês Iain Percy (2002) e o sueco Fredrik Loof (2001 e 2004). “Vamos enfrentar duplas fortes, bem treinadas. Vamos torcer para ventos fracos, porque é a condição em que rendemos melhor”, disse Zsabo, atual campeão mundial.
PÓDIO OLÍMPICO PRESENTE
Quase todos os medalhistas das Olimpíadas de Pequim estão velejando no Rio de Janeiro. Os campeões Iain Percy e Andrew Simpson deixaram a Inglaterra com 15 graus negativos e chegaram ao Rio com 40º C. “Sorte que estou acostumado a treinar em outros países no inverno europeu”, brincou Percy. Bronze, Freddy Loof está velejando com Johan Tillander – o único ausente é seu proeiro, Anders Ekstrom. Completam o grupo Scheidt e Prada, que elogiaram o nível do torneio: “Poderia falar os nomes de umas 15 que podem vencer o Mundial. O nível será certamente muito alto”, disse Scheidt.
  • Créditos: Marcelo Rhenius/Regattapix, Fred Hoffmann/ZDL, Monica Haar/Divulgação