Campeão olímpico e bi mundial ainda engatinha no Rio de Janeiro
Na classe Star, campeões mundiais e olímpicos têm o direito de usar uma estrela amarela, representando suas conquistas. Mas um velejador com currículo invejável, dono de dois títulos mundiais e um olímpico, ainda tem em sua vela a estrela azul, a mesma que os “velejadores comuns” usam.
Aos 39 anos, o espanhol Fernando Echavarri é um dos mais premiados velejadores do planeta. Foi ouro em Pequim-2008 e ainda conquistou dois Mundiais. Mas tudo isso, na classe Tornado. Com a saída do barco de dois cascos do programa olímpico, mudou para a Star. E, como um iniciante, sofre no Mundial do Rio de Janeiro, que está sendo disputado desde sábado.
“Estamos aprendendo ainda. E é uma classe bem diferente da Tornado”, admite. Ao lado de seu novo proeiro, Fernando Rodriguez, foi bem na primeira regata. Chegou a montar a primeira boia entre os dez primeiros, mas terminou em 18º lugar. Na segunda, o resultado foi ainda pior. “Achamos que estávamos largando em linha, mas acabamos com a bandeira preta”, explicou Fernando, desclassificado.
“Para quem está começando, os resultados não são ruins. É uma classe muito competitiva, que tem uma série de campeões e medalhistas olímpicos. É um barco tradicional e que exige adaptação”, explica o melhor velejador do mundo em 2005 – quando foi campeão mundial pela primeira vez.
A transição, segundo um atleta que conhece bem os dois barcos, é das mais complicadas. Lars Grael é dono de duas medalhas olímpicas de bronze na Tornado e, no ano passado, foi terceiro colocado no Mundial de Star da Suécia.
“O Tornado é o barco mais veloz que já fez parte do programa olímpico e tem uma dinâmica completamente diferente do Star. Muitos acham que como não é preciso manobrar tanto, é um barco mais fácil. Mas é justamente o oposto. Como você manobra menos, as manobras que faz devem ser muito mais precisas”, afirma Lars.
Outro que está fazendo a transição é o alemão Johannes Polgar, velejando ao lado de Markus Koy. Ele foi oitavo colocado na Tornado nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. No Mundial de Star do Rio, é o 12º, incluindo um quarto lugar na segunda regata.
“A configuração dos velejadores também muda. Na Tornado, você precisa de atletas mais leves e ágeis. Na Star, é necessária mais força. Por tudo isso, acho que a Tornado é uma das classes mais exigentes em que já competi”, completa Grael.
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