Vento do Rio faz vítimas e favoritos patinam no Mundial de Star
Lixo? Não, o grande desafio do Mundial de Star, que está sendo disputado no Rio de Janeiro é outro. Enquanto antes do início da competição a poluição na Baía de Guanabara e nas praias cariocas foi assunto, quando os barcos começaram a velejar os grandes vilões passaram a ser as condições climáticas.
Nos três primeiros dias da competição, o vento não apareceu. A brisa foi leve e nunca passou dos dez nós. A maioria das regatas, porém, foi disputada com intensidades ainda menor, com médias de cinco nós. O resultado foi o desfile de favoritos, um por um, tropeçando.
No primeiro dia, o bicampeão mundial francês Xavier Rohart foi uma das vítimas. Um dos velejadores mais experientes da flotilha, ele terminou em 60º lugar. Isso mesmo. Um atleta que já venceu dois campeonatos mundiais ficou atrás de 59 rivais, em um torneio com 73 barcos. “Foi um desastre”, lembra Rohart.
Até mesmo um local, Lars Grael, foi vítima do primeiro dia. Na única regata do torneio realizada na Baía de Guanabara (as demais foram disputadas em mar aberto, após a saída da baía), ele foi o 35º.
No segundo dia, as maiores vítimas foram brasileiras. Bicampeões olímpicos, Torben Grael e Marcelo Ferreira terminaram na 25ª posição – no terceiro dia, melhoraram, mas só um pouco. Ficaram com o 21º. “Largamos mal. E em uma regata longa como essa, com muitos barcos, largar mal é fatal”, explicou Torben.
Os outros que caíram a partir do segundo dia foram os campeões mundiais de 2007 e vice-campeões olímpicos, Robert Scheidt e Bruno Prada. Após o terceiro lugar na abertura, eles acumulam um 19º e um 50º. O motivo? Os ventos, sempre eles. “O mais incrível é que, até a semana passada, ventou bastante. Mas foi só começar o campeonato que os ventos sumiram. E em ventos fracos, não estamos rendendo tão bem”.
Quem está gostando desses tropeços em série são os próprios favoritos. Alguns deles, após o primeiro dia, deram o campeonato como perdido. Mas, com os resultados dos dias seguintes, voltaram à competição. É o caso dos líderes do ranking mundial, os suíços Flavio Marazzi e Enrico de Maria. Eles ficaram em 30º lugar no 1º dia, mas acumularam dois “top-10” nas regatas seguintes.
A regularidade, portanto, virou um trunfo. E os melhores nesse quesito, até agora, são os ingleses Iain Percy e Andrew Simpson. Foram dois segundos lugares e um 11º. Até mesmo os rivais já os colocam como favoritos para o título. “Um campeonato como esse é definido pela regularidade. Para que alguém que já tem resultados ruins, como eu, ficasse com o título, os ingleses precisavam errar. E eles não fazem isso com facilidade”, elogiou o francês Rohart.
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