Grael é terceiro, e Brasil segue sem campeão mundial em casa

Maior nome do esporte olímpico brasileiro, Torben Grael fez mágica nesta quinta-feira. Ele entrou na água em sexto lugar, montou a primeira boia por volta da 30ª posição e ainda assim conquistou o terceiro lugar do Campeonato Mundial da classe Star, disputado no Rio.

Terminou em terceiro lugar nesta quinta, após uma largada ruim. Recuperou-se na sequência, ultrapassou mais de 15 barcos em duas pernas, e colou nos líderes em seguida, antes de terminar a prova entre os primeiros. Com isso, deixou para trás seu irmão mais novo, Lars, que teve o pódio em suas mãos durante boa parte da prova, mas acabou em quinto lugar e teve de se contentar com o quarto na classificação geral.

“Estou super contente com esse terceiro lugar. Principalmente pelo tempo de treinamento que tivemos, que foi quase zero”, comemorou Grael, dono de cinco medalhas olímpicas, duas delas de ouro ao lado de Marcelo Ferreira.

Grael e Ferreira somaram 39 pontos, contra 44 de Lars e Roni Seifert. Alan Adler e Guilherme Almeida, que em todo o campeonato andaram entre os primeiros colocados, perderam posições. Os dois largaram escapado nesta quinta e tiveram de descartar o resultado. Somaram os mesmos 44 de Lars, mas perderam no desempate.

O pódio, porém, mantém a sina brasileira na competição. O país já conquistou quatro vezes o Mundial, nenhum deles em casa. Alan Adler e Nelson Falcão foram campeões na Itália, em 1989. Torben Grael e Marcelo Ferreira levaram o título nos EUA, em 1990.

Ao lado do alemão Alexander Hagen, Ferreira se tornou o único brasileiro bicampeão mundial em 1997, também nos EUA. A última conquista foi de Robert Scheidt e Bruno Prada, em Portugal, em 2007.

Foi a quarta vez que o evento foi disputado em águas verde-amarelas. E Torben e Ferreira são os donos dos melhores desempenhos. Em 1996, os dois também terminaram em terceiro lugar, atrás dos italianos Enrico Chieffi e Roberto Sinibaldi e dos norte-americanos Mark Reynolds e Hal Haenel.

Antes disso, o torneio veio ao Rio em 1980. Naquele evento, o melhor foi Gastão Brun, ao lado de Fernando Nabuco, em sétimo lugar – o Mundial teve o norte-americano Tom Blackaller como campeão.

Em 1960, o melhor barco com bandeira brasileira não era de um brasileiro, mas do alemão Walter von Hütschler. Campeão mundial em 1938 e 1939, Von Hütschler deixou a Alemanha durante a guerra e foi um dos responsáveis pela realização do evento no país. Ao lado de Jorge Carneiro, foi oitavo colocado.