"Ser campeão ao lado do meu melhor amigo é indescritível", diz Percy
Iain Percy estourou uma garrafa de champanhe e abraçou Andrew Simpson. Mais do que agradecimento, foi um sinal de amizade. “Conheço esse cara desde que éramos garotos, deste tamanho (faz o sinal, próximo ao chão). Ser campeão ao lado do seu melhor amigo é uma sensação indescritível”, contou Percy.
O primeiro Mundial da dupla foi o de 2007. O terceiro lugar no campeonato que os brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada venceram foi um impulso. Em 2008, foram apenas 52º colocados, em torneio preparatório para as Olimpíadas. O auge da parceria veio em agosto, nos Jogos de Pequim. Campeões olímpicos, com Scheidt e Prada em segundo lugar.
Confira entrevista com o bicampeão mundial:
O que deu errado na última regata? Após dias tão regulares, você escolheu o último dia para ter um desempenho ruim.
O vento estava muito fraco próximo da largada. Fizemos o planejado, que era forçar os suíços ao lado que era sempre o pior. Conseguimos que eles largassem pela direita, mas quando percebemos, a direita era o lado certo, já que o vento rondou. Foi um dia muito frustrante.
A pressão de conquistar o título pesou?
Foi um dia estressante. As condições são muito difíceis para todos. Não deu nada certo para nós e parecia que tudo dava certo para eles. Mas, no fim, deu tudo certo. Só tenho de agradecer ao Andrew, que foi incrível.
Em regatas de pouco vento, o proeiro é responsável por mais de 90% da velocidade. Então 90% do título é dele?
Sim. Tenho muito a agradecer. Meu primeiro título Mundial foi em 2002. Já são oito anos. Então resolvi fazer algumas mudanças de tripulação e agora velejo com Andrew, que conheço há 25 anos. Somos amigos desde que éramos dessa altura. A sensação de conquistar o Mundial com seu melhor amigo é indescritível.
Vocês treinaram no país no fim de 2009, treinaram aqui antes das Olimpíadas de Pequim. Já se sentem confortáveis no Brasil?
É sempre um prazer vir para cá. Viemos com Robert e Bruno em 2008, já conhecíamos o local. O Rio de Janeiro pode ter regatas de muito vento, mas infelizmente não foi assim aqui. Mesmo assim, foi bom vencer. O Brasil tem velejadores excelente e ficar à frente de lendas como Scheidt, Grael, ainda mais na casa deles, é algo raro.
CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO MUNDIAL DE STAR DO RIO DE JANEIRO
1- I.Percy/A.Simpson (ING) - 18 | 1- M.Mendelblatt/J.Von Schwarz (EUA) |
2- F.Marazzi/E.De Maria (SUI) - 29 | 2- A.Schlonski/F.Kleen (ALE) |
3- T.Grael/M.Ferreira (BRA) - 39 | 3- T.Grael/M.Ferreira (BRA) |
4- L.Grael/R.Seifert (BRA) - 44 | 4- F.Echavarri/F.Rodrigues (ESP) |
5- A.Adler/G.Almeida (BRA) - 44 | 5- L.Grael/R.Seifert (BRA) |
6- D.Negri/F.Colaninno (ITA) - 52 | 6- F.Loof/J.Tillander (SUE) |
7- F.Loof/J.Tillander (SUE) - 52 | 7- J.Polgar/M.Koy (ALE) |
8- E.Melleby/P.Pedersen (NOR) - 54 | 8- G.Lima/C.Nankin (POR) |
9- R.Scheidt/B.Prada (BRA) - 64 | 9- G.Szabo/R.Peters (EUA) |
10- J.Babendererde/T.Jacobs (ALE) | 10- D.Negri/F.Colaninno (ITA) |
- * Pontuação descarta o pior resultado na competição
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