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Após dois dias perdidos, America's Cup começa com domínio dos EUA

Trimarã gigante BMW-Oracle, dos EUA, vence a primeira regata da 33ª America"s Cup - AFP/José Jordan
Trimarã gigante BMW-Oracle, dos EUA, vence a primeira regata da 33ª America's Cup Imagem: AFP/José Jordan

Do UOL Esporte

Em São Paulo

12/02/2010 14h08

IMAGENS DA PRIMEIRA REGATA

  • José Jordan/AFP

    Antes da largada, suíços levantam a vela principal: largada foi o único bom momento dos campeões

  • José Jordan/AFP

    Trimarã dos EUA, com dois de seus três cascos nos ar: asa deu potência muito maior do que rival

  • Oracle atrás, alcançando o Alinghi: o barco dos EUA foi o mais rápido durante toda a regata

O vento e o mar colaboraram em Valência (ESP) e, após dois dias de regatas adiadas, a America’s Cup começou. Quem comemorou foi o time dos EUA, o BMW-Oracle. Com muita facilidade, a equipe venceu a primeira regata contra o Alinghi, da Suíça, atual campeão.

Com design arrojado e, principalmente, uma vela rígida feita nos moldes de uma asa de avião, o trimarã norte-americano foi, durante toda a prova, mais rápido do que o barco suíço. O Alinghi apostou em um catamarã gigante, um pouco menor do que o barco norte-americano. Deveria ser mais ágil em ventos folgados, como os desta sexta-feira, mas isso não ocorreu.

Na largada, os suíços ainda tinham esperanças. Apesar de receber uma punição por uma manobra ilegal na aproximação da linha, eles saíram muito melhor do que os rivais. Os norte-americanos bobearam e cruzaram 1min30s atrás. Na primeira perna, porém, a vantagem do veleiro dos EUA era evidente. Saindo 500 metros atrás, em poucos minutos os norte-americanos passaram os suíços. Montaram a única bóia do trajeto mais de três minutos atrás dos rivais. Nos parâmetros da America’s Cup, uma distância enorme.

Na perna de contra-vento, o Oracle abriu ainda mais. No meio do percurso, a distância entre os dois barcos já era de mais de três quilômetros.

O domínio norte-americano é uma decepção para o público que foi ao local, esperando uma disputa tão acirrada quanto a briga que as duas equipes travaram nos tribunais. Nos últimos dois anos e meio, a America’s Cup foi alvo de uma série de polêmicas, com os norte-americanos reclamando da legalidade das regras estabelecidas pelo Alinghi, que defende o bicampeonato.

Depois de uma série de idas e vindas, a justiça determinou que a 33ª edição da America’s Cup não teria a tradicional competição para definir os desafiantes. Os norte-americanos ganharam o direito de correr com os atuais campeões, em uma série melhor de três, pelo título. Após essa decisão, os dois times resolveram construir catamarãs gigantes.

O Alinghi chegou a flertar com a idéia de, também, usar um trimarã, mas optou pelo mais tradicional catamarã. O Oracle ousou muito mais, com seu trimarã e, principalmente, com sua vela rígida.

Por causa da natureza dos barcos, os percursos foram alterados. A raia em que a America’s Cup está sendo definida tem raio de 450 milhas náuticas e cada perna tem 20 milhãs (cerca de 37 km). A primeira regata foi disputada em barla-sota de apenas duas pernas. A segunda, marcada para domingo, terá formato triangular, também com só uma volta. Se o Oracle vencer novamente, o título volta para os EUA.