Disputa na família Grael é atração da seletiva de vela em Brasília
Uma disputa entre Torben e Lars Grael não é novidade. Há anos os irmãos Grael, a família de maior sucesso no esporte olímpico nacional, veleja na mesma classe, a Star. Desta vez, porém, a disputa é direta por uma vaga na equipe brasileira de vela, que representará o país em campeonatos no exterior em 2010. A disputa dos irmãos é uma das atrações da Pré-Olímpica de vela, que começa nesta terça-feira, em Brasília.
DUELO DE ESTRELAS NA STAR REÚNE MEDALHISTAS COM 15 PÓDIOS OLÍMPICOS
Marcelo tem três medalhas, duas de ouro. Torben, 5 | Lars é dono de 3 bronzes, conquistados na Tornado | Prada é prata em Pequim. Scheidt tem 4 medalhas |
Medalhistas de bronze no Mundial do Rio, disputado no mês passado, Torben e Marcelo Ferreira estão fora, oficialmente, da equipe olímpica desde Pequim-2008. O afastamento da classe Star, porém, é anterior: desde o ouro em Atenas-2004, os dois competiram poucas vezes na Star, por compromissos em outros barcos. Juntos, os dois foram terceiros colocados na regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race em 2006 e Torben foi campeão da mesma competição em 2009.
Desta vez, os dois devem tentar, com maior empenho, conciliar o calendário olímpico com o dos barcos grandes. “O futuro na Star não está definido, mas o terceiro lugar no Mundial do Rio foi um incetivo. Quem sabe não retomamos a campanha olímpica?”, avisa Torben.
Para isso, os dois terão de passar por Lars e Ronie Seifert, os atuais titulares da classe na equipe brasileira. Os dois terminaram em quarto lugar no Mundial do Rio e foram terceiros no Mundial de 2009, disputado na Suécia. Além disso, nesta semana assumiram o quarto lugar no ranking mundial da classe. “A subida no ranking reflete o ótimo ano que tivemos em 2009 e o nosso desempenho nos dois últimos mundiais. Para nós, é um grande incentivo e só nos dá mais confiança para seguir nossa campanha olímpica”, diz Lars.
Esta será a primeira vez que os dois irmãos se enfrentam diretamente por um lugar na equipe olímpica. Ouro em 2004, Torben e Marcelo tinham lugar cativo na equipe em todo o ciclo para Pequim. Como não disputaram os Jogos de 2008, a dupla agora terá de conquistar, anualmente, seu lugar no time. No ano passado, Torben disputava a Volvo Ocean Race quando a seletiva foi disputada.
Os dois, porém, não são as únicas atrações da classe. Robert Scheidt e Bruno Prada, vice-campeões olímpicos e vice-líderes do ranking mundial, já têm vaga garantida no time, mas vão disputar a seletiva. “Vamos competir sem pressão. Mas é o último torneio no Brasil no primeiro semestre e é importante fazer o melhor possível”, fala Scheidt. Os dois vêm de um resultado que ficou longe do esperado: no Mundial do Rio, terminaram em 9º lugar, atrás de três duplas brasileiras (Torben/Marcelo, Lars/Seifert e Alan Adler/Guilherme Almeida, que estão fora da seletiva).
NAS OUTRAS CLASSES, DISPUTA ENTRE PIONEIRAS DA VELA BRASILEIRA
Fernanda Oliveira agora veleja com Ana Barbachan. São bicampeãs brasileiras | Isabel Swan apostou na campeã mundial de 420, Martine, do clã Grael e filha de Torben |
Menos estreladas, as outras classes da seletiva também prometem emoções. A maior disputa deve ficar na 470 feminina, com um “match race” (competição barco contra barco) entre as duas primeiras brasileiras a subir no pódio olímpico. Bronze em Pequim-2008, Fernanda Oliveira e Isabel Swan se separaram após as Olimpíadas.
Enquanto Fernanda tem uma nova proeira, Ana Barbachan, com quem conquistou os brasileiros da classe em 2008 e 2009, Isabel trabalha com uma nova timoneira. A escolhida foi a caçula do clã Grael, Martine, campeã mundial da juventude na classe 420, barco parecido com o 470. “Estamos bastante entrosadas. Competimos juntas em Miami (na semana olímpica americana, em que terminaram em 10º lugar) e podemos classificar a dupla”.
A situação da classe é inusitada. Com a separação, a timoneira Fernanda já garantiu o seu barco na equipe olímpica. Já Isabel só terá apoio total da Confederação se vencer a seletiva. Mesmo se perder o duelo contra a ex-parceira, porém, deve receber ajuda individual neste ano.
Outra classe que terá apenas dois barcos na raia – e um integrante da família Grael lutando pela vitória – é a 49er. André Fonseca, que foi a três Olimpíadas, treina desde o ano passado com Marco, filho mais velho de Torben e irmão de Martine. Os dois são os favoritos a ficar com a vaga. A outra dupla na disputa é Rodrigo Monteiro e Filipe Novello.
Na classe RS:X masculina a disputa também é restrita: quinto colocado nas Olimpíadas de Pequim-2008 e vice-líder do ranking mundial, Ricardo Winicki, o Bimba, disputa com seu pupilo, Albert Carvalho, que começou a velejar com equipamento emprestado pelo veterano. Bimba, porém, não está tão confiante. O culpado é o Lago Paranoá, onde serão disputadas as regatas, e seu regime inconstante de ventos: “Sou um velejador forte fisicamente e não costumo ir bem em ventos fracos”.
As outras classes em disputa são a Laser, a Laser Radial, a RS:X feminina, a 470 masculina, a Finn e o match race feminino. A Pré-Olímpica termina no domingo.
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