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Cobiçados pela F-1, Loeb e Rossi buscam manter domínio em suas categorias

Guga Fakri<br>Em São Paulo

23/10/2009 07h01

Por serem dois dos maiores nomes da história do automobilismo, Sebastien Loeb e Valentino Rossi foram cotados para ocupar uma vaga no grid da principal categoria do esporte a motor, a Fórmula 1. No entanto, nenhum deles chegou lá este ano, mas ambos podem manter, neste final de semana, a hegemonia em suas respectivas categorias.

  • Saeed Khan/AFP

    Valentino Rossi chega à Malásia precisando de um quarto lugar para conquistar seu nono título mundial

  • Cristina Quicler/AFP

    Loeb passou perto de pilotar a Toro Rosso, e agora será agressivo na luta pelo hexa no Mundial de rali

Sonho antigo da Ferrari, Rossi chegou a conversar com o chefe da equipe na F-1, Stefano Domenicali, para ocupar o lugar de Felipe Massa enquanto o brasileiro se recuperava do acidente sofrido na Hungria. Na época, o piloto reserva do time italiano, Luca Badoer, tinha tido péssimas apresentações e sua saída da equipe já era certa.

Porém, o octacampeão mundial de motovelocidade preferiu não aceitar o convite, porque achava que seu pescoço não estaria devidamente preparado - o músculo do pescoço é mais exigido nos carros do que nas motos. No fim, a Ferrari optou por contratar outro italiano, Giancarlo Fisichella, para pilotar até o final da temporada de 2009.

Sebastien Loeb chegou ainda mais perto de correr na F-1. O pentacampeão mundial de rali havia assinado um contrato com a Toro Rosso para disputar apenas uma prova, em Abu Dhabi - a última da temporada -, mas a FIA frustrou as intenções do piloto ao negar-lhe a superlicença (a habilitação para pilotar um carro de Fórmula 1).

Passadas as tentativas de correr pela principal e mais badalada categoria do automobilismo mundial, as duas lendas do esporte a motor se concentram agora em manter o longo domínio que têm imposto em suas respectivas categorias.

Após a queda de seu companheiro de equipe e principal rival da temporada, Jorge Lorenzo, na última corrida, na Austrália, Valentino Rossi precisa de apenas um quarto lugar na Malásia para garantir seu nono título mundial de motovelocidade - o sétimo desde que a categoria passou a chamar-se MotoGP.

Com 38 pontos de vantagem na tabela, faltando duas corridas para o término da temporada, Rossi precisa de 13 pontos para garantir que Lorenzo não possa mais ultrapassá-lo. Como a vitória na MotoGP vale 25, mesmo que o espanhol ganhe as próximas duas corridas, os 13 pontos referentes à um quarto lugar em Sepang garantiriam a liderança para Rossi.

"Mesmo que ele [Lorenzo] ganhe, eu posso chegar em quarto. Mas não é isso que eu quero, então serei agressivo. Não é certo ser campeão sem subir ao pódio. Faltam duas corridas e tenho 270 pontos, então seria legal ultrapassar os 300. Se fizer isso, significa que fui muito bem", disse Rossi à Gazzetta dello Sport nesta semana.

Já Sebastien Loeb vai para o tudo ou nada na última etapa do Mundial de rali, na Grã-Bretanha, contra o finlandês Mikko Hirvonen, que lidera o campeonato com um ponto à sua frente. Como tem duas vitórias a mais que Hirvonen na temporada, Loeb só precisa empatar em pontos para vencer o campeonato.

A pontuação do Mundial de rali é idêntica à da F-1, então basta o francês terminar a prova na zona de pontuação e à frente do finlandês para conquistar o título da temporada. Para isso, Loeb deixou a cautela de lado, e não vai carregar o carro com o equipamento que teria direito, para o caso de ter problemas com seu Citröen durante a prova.

Perguntado nesta quinta-feira sobre o que vai levar com ele no carro, o francês respondeu: "Daniel [Elena, seu navegador], e só ele. Estamos aqui para lutar, e todo o peso extra que levarmos no carro vai prejudicar nosso desempenho. A pressão está em Mikko, é ele quem briga por seu primeiro título. Para mim, seria legal ganhar pela sexta vez seguida, mas não vai mudar minha vida", disse o pentacampeão mundial.