Kolberg testa o carro e vai de S. Paulo à Buenos Aires com um tanque
O Mitsubishi Pajero do piloto Klever Kolberg e do navegador Giovanni Godoi - o primeiro carro na história do Rali Dakar a competir usando etanol como combustível - já está no parque fechado e agora só entrará em ação no momento da largada, no dia 1º de janeiro, em Buenos Aires.
Como parte dos testes de preparação, Klever Kolberg, que participará pela 22ª vez do Dakar, foi de São Paulo a Buenos Aires com o carro, em uma viagem de 2,6 mil quilômetros - e não precisou reabastecer.
"Foi importante por causa da quantidade de modificações que fizemos no carro. Apesar de ter sido uma viagem rodoviária com limites de velocidade a serem respeitados, o Pajero se portou muito bem. Tudo está funcionando perfeitamente, então ficamos contentes em chegar à Argentina sem precisar fazer nenhum tipo de reparo técnico", disse Kolberg.
Entre as principais modificações sofridas pelo carro em comparação estão a troca do câmbio automático pela versão mecânica, que privilegia o desempenho em detrimento ao conforto, e o tamanho do tanque. Um Pajero comum comporta um tanque de 80 litros de combustível. Já o carro que disputará o Dakar leva 560 litros de etanol.
"Esta era a nossa preocupação inicial, nas mudanças feitas . Tivemos, por exemplo, que refazer a programação eletrônica do carro para o novo câmbio e tudo funcionou muito bem, inclusive a embreagem", disse Kolberg.
Serão nove mil quilômetros de percurso, entre deslocamentos e especiais (trechos cronometrados). O consumo de combustível não preocupa o piloto. "Um tanque cheio será suficiente para cada dia. Haverá momentos em que vamos usar toda sua capacidade, e em outros, nem tanto. Mas estamos muito animados em ver que tudo está funcionando perfeitamente”, falou Kolberg.
Será a estreia de uma tecnologia 100% brasileira no Dakar, com carro produzido e preparado no Brasil, e combustível derivado da cana de açúcar do país. A equipe está inscrita na categoria experimental, uma novidade nesta edição do rali, para carros movidos a combustíveis de fonte renovável.
“Vamos mostrar para o mundo que a tecnologia brasileira é uma ótima ideia, e que o planeta irá agradecer", disse, referindo-se à energia "verde" promovida com o etanol.
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