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Confirmado na F-Truck, Da Matta diz que finalmente se sente "de volta"

Guga Fakri

Em São Paulo

21/01/2010 07h01

O mineiro Cristiano da Matta tem uma carreira vitoriosa no automobilismo. Além de ser um dos poucos pilotos do mundo a realizar o sonho de correr na Fórmula 1 (Toyota, em 2003 e 2004), foi campeão da Cart (Fórmula Indy, em 2002) e de quase todas as categorias pelas quais passou (F-Ford em1993, F-3 Sul-Americana em 1994 e Indy Lights em 1998).

Assim como outros grandes nomes do esporte a motor, Cristiano também experimentou o outro lado da profissão: no dia 3 de agosto de 2006, durante testes da Cart na pista de Elkhart Lake, uma de suas favoritas, o piloto sofreu um grave acidente ao colidir com um cervo que atravessava a pista.

Depois de vários dias em coma e de algumas cirurgias, Cristiano sobreviveu ao acidente. A recuperação foi longa, mas completa. Agora, o piloto mineiro está pronto para iniciar um novo desafio no automobilismo: no dia 7 de março, aos 36 anos, vai estrear pela equipe Iveco na Fórmula Truck.

Esta não é a primeira vez que Cristiano vai correr depois do acidente, mas, como o próprio piloto diz, será a primeira vez que vai se sentir “de volta” ao automobilismo. “As corridas que fiz até agora [em 2008, pela Grand-Am] foram esporádicas. Na Truck vou disputar um campeonato inteiro, ajudar a equipe a desenvolver o equipamento... Agora me sinto de volta”, disse Cristiano ao UOL Esporte.

O piloto mineiro optou pela F-Truck depois de acompanhar uma etapa da categoria em Brasília, no ano passado. Ele chegou a fazer um teste de aproximadamente 50 minutos com o caminhão da Iveco, em dezembro, e se surpreendeu com o resultado.

“Já dirigi muita coisa, mas nada parecido com aquilo. Não sabia o que esperar. Era como se tivesse estudado matemática a vida inteira e agora tinha que dar aula de História. Foi um alívio gigante perceber que era mesmo um carro de corrida. Agora, sei que estudei matemática e vou falar de matemática”, comparou Cristiano, que também deu outros motivos para ter escolhido a Truck.

“Quando fui ver a corrida em Brasília, percebi que a categoria era bem maior do que imaginava. Já vi meu pai correr lá, já corri lá, inclusive ganhei o título da F-3 lá. Mas nunca tinha visto o autódromo tão cheio”, contou o piloto mineiro.

Cristiano sabe que a adaptação aos caminhões não será fácil, mas acredita ser possível conseguir bons resultados em sua temporada de estreia. “É meio cedo pra dizer, dei só umas 45 voltas com o caminhão. Mas, se me adaptar direitinho, pode ser que consiga. Pode parecer meio pretensioso, mas, pela performance da Iveco e do Beto [Monteiro, seu companheiro de equipe] em 2009, dá para acreditar”, falou.

Ansioso para voltar às pistas, Cristiano pretende “ganhar mais quilometragem” entre os dias 27 e 29 de janeiro, durante testes da equipe Iveco no circuito de Curitiba.