Topo

Em maioria na Indy, brasileiros sentem pressão por jejum de vitória em casa

Mesmo os mais experientes como Castroneves e Kanaan reconheceram a pressão de correr em casa - REUTERS/Mike Segar
Mesmo os mais experientes como Castroneves e Kanaan reconheceram a pressão de correr em casa Imagem: REUTERS/Mike Segar

Rafael Krieger e Thales Calipo

Em São Paulo

12/03/2010 07h02

Apenas na primeira corrida realizada no autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, um brasileiro soube o que é vencer em casa pela Fórmula Indy, que na época ainda era chamada de Cart. Foi em 1996, quando André Ribeiro ganhou logo na primeira prova realizada no Brasil. A partir de sábado, no autódromo montado no Anhembi, em São Paulo, uma legião de sete brasileiros conta com a maioria no grid para tentar quebrar esse jejum.

Depois do ano de estreia da Indy em Jacarepaguá, a categoria voltou ao Brasil outras quatro vezes, sem mais vitórias de pilotos locais. A última prova realizada no Rio, em 2000, tinha no grid o baiano Tony Kanaan, que chegou a levar o título da Indy quatro anos mais tarde. Já no Anhembi durante o primeiro contato com a imprensa, ele se lembrou do sentimento de correr em casa.

“É diferente. A gente acaba esquecendo um pouco como é, a energia do público. Mas eu senti a pressão de estar no Brasil já na hora que desembarquei aqui. Havia mais pessoas pedindo para tirar foto, todos perguntando bastante. Você começa a sentir aquele frio na barriga, o que eu gosto”, comentou Kanaan.

Além dele, outra esperança de vitória brasileira é Hélio Castroneves, tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis. Mesmo descontraído durante as entrevistas, o piloto não escondeu a ansiedade: “Vai ser uma emoção para todos os brasileiros, por ser aqui, e por ser a abertura do campeonato. Todo mundo aqui começou a correr em São Paulo, o que é muito legal, voltar aqui com uma categoria como a Indy”.

Se mesmo os mais experientes sentem essa pressão, o estreante Mario Romancini terá ainda que superar a ansiedade de correr pela primeira vez na categoria: “Hoje (quinta-feira) quando acordei já senti o primeiro frio grande na barriga, de vir para o autódromo. É um sonho de garoto se realizando. Não poderia estar mais honrado por estrear no meu país e na minha cidade, onde comecei a correr”.

AGENDA DA SP INDY 300

Sábado
9h - 10h15: 1º treino livre
12h30 - 13h30: 2º treino livre
15h30 - 17h - Treino classificatório
Domingo
9h - 9h30: Warm up
13h - 16h: Corrida

Já a brasileira Bia Figueiredo, primeira mulher do país a correr na Indy, afirmou que consegue controlar o nervosismo. “Estou tranquila. Acho que esta é uma nova experiência, um passo à frente nestes 17 anos de carreira. O foco é evitar acidentes e terminar com tranquilidade para chegar em uma boa posição”, declarou.

O Brasil ainda terá na pista Vitor Meira, Raphael Matos e Mario Moraes, formando a maior representação de um país no grid da São Paulo Indy 300. Castroneves conta com a vantagem numérica e também com uma ajuda divina para quebrar o tabu: “Dizem que Deus é brasileiro, quem sabe ele não ajuda um brasileiro a vencer no domingo”.

Kanaan, por sua vez, prefere um auxílio terreno. Ele quer usar a motivação de uma data festiva proposta ao prefeito Gilberto Kassab: “Eu encontrei ele quando estava fazendo a vistoria na pista e disse para decretar feriado em São Paulo caso um brasileiro vença”, brincou o baiano, que disse ter ouvido do prefeito que “só teria feriado se a corrida fosse na Bahia”.