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Meira admite sorte e credita pódio da Indy ao temporal

Vítor Meira comemora o terceiro lugar no GP do Brasil da Fórmula Indy - Thiago Bernardes/UOL
Vítor Meira comemora o terceiro lugar no GP do Brasil da Fórmula Indy Imagem: Thiago Bernardes/UOL

Rafael Krieger e Thales Calipo

Em São Paulo

14/03/2010 17h45

Após ficar dez meses afastado devido a uma lesão na coluna sofrida durante as 500 Milhas de Indianápolis do ano passado, o brasileiro Vitor Meira voltou com tudo para a Fórmula Indy, conseguindo um pódio histórico na primeira prova de rua realizada no Brasil. Mas o piloto reconheceu que teve sorte e creditou parte do seu êxito ao temporal que caiu sobre a pista.

CORRIDA CONTURBADA EM SÃO PAULO

  • Thiago Bernardes/UOL

    A previsão da meteorologia se concretizou neste domingo durante a etapa de abertura da Fórmula Indy em São Paulo. Um forte temporal atingiu o Circuito do Anhembi por volta da 30ª volta da prova, provocou alagamento e chegou a cortar a energia.

    Foi mais um transtorno para o evento, que já tinha feito uma reforma emergencial na pista pela madrugada. Após cerca de meia hora de paralisação, o australiano Will Power venceu a primeira prova de rua realizada no Brasil, com o brasileiro Vitor Meira no pódio em terceiro lugar.

“Em condições normais, eu não tinha carro para chegar em terceiro, mas aconteceu o que aconteceu. Usamos bem a cabeça e arriscamos na hora certa”, declarou Meira após a etapa de abertura da temporada. O piloto da A.J. Foyt comemorou a estratégia na troca de pneus que o fez dividir o pódio com o vencedor Will Power e Ryan Hunter-Reay, das gigantes Penske e Andretti Green.

“Foi um ótimo resultado para o começo da temporada, acho que agora podemos ficar mais perto da Penske, da Andretti e da Ganassi, que são as maiores equipes, disparado. Não tinha como fazer estratégia para o que aconteceu. Isso é adaptação, e a gente se saiu muito bem”, continuou o brasileiro, que elogiou a reforma emergencial na pista para corrigir a aderência do Sambódromo: “Sem isso, a prova não seria retomada”.

Além de correr em casa, o pódio foi especial para Meira também porque marcou a sua recuperação do acidente sofrido em 2009: “O problema não é enquanto você esta quebrado. A parte mais frustrante é quando você pode fazer, mas não pode. Porque não dá para estar fisicamente bem só para andar, mas também para bater. Mas depois de voltar em casa com um terceiro lugar, não tem como ficar melhor”.

Kanaan dispara de novo

Após detonar o estado da pista no sábado, quando o trecho do Sambódromo estava muito escorregadio, o brasileiro Tony Kanaan saiu insatisfeito com o décimo lugar conquistado neste domingo. Pelo menos, ele comemorou o fato de não precisar se jogar no rio Tietê, como prometeu caso vencesse a corrida.

“É difícil com gente um pouco incompetente na pista. Ele é um amigo muito querido e veio pedir desculpa. Depois da batida, eu sabia que a corrida estava acabada”, disparou Kanaan contra o britânico Dan Wheldon, que o tirou das primeiras colocações. “Pelo menos foi divertido, mas o resultado foi longe do esperado. Depois daquilo, foi uma corrida muito solitária. Naquela reta da marginal, deu para pensar na vida”, brincou o brasileiro da Andretti.

Já Hélio Castroneves, nono colocado, elogiou a corrida em si e apresentou uma estimativa: “Acho que essa prova teve mais ultrapassagens do que a temporada inteira no ano passado. Mostra que a pista é excelente, as medidas tomadas foram corretíssimas e aconteceu de tudo, mas a Fórmula Indy não perdeu a emoção”.