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Stock 2010 reforça aposta em "excentricidades" e defende modelo

Gustavo Franceschini

Em São Paulo

26/03/2010 07h00

A Stock Car de 2010 terá motores novos e outros atrativos como a possível participação de Nelsinho Piquet, clube como escuderia e a Corrida do Milhão. Na prática, porém, a estratégia é a mesma. Para evitar a monotonia, a categoria segue apostando em "excentricidades", que mantêm a mídia e o público atentos durante o ano.

"DIFERENCIAIS" DA STOCK CAR EM 2010

  • Daniel Augusto Jr./Divulgação

    Ricardo Zonta é o piloto do Corinthians na Stock

  • Jim Bounds/ AP

    Nelsinho é aguardado para a prova de Brasília

  • Ivan Baldivieso/Agecom

    Em 2009, Stock foi pela primeira vez a Salvador

As maiores novidades da temporada que começa em Interlagos, neste fim de semana, já foram citadas. O Corinthians, de maneira inédita na categoria, anunciou uma parceria com Ricardo Zonta e terá a sua escuderia na disputa.

Nelsinho Piquet, ex-piloto da Renault na Fórmula 1, é uma promessa da organização para a corrida em Brasília, e a Corrida do Milhão, lançada em 2008, deve voltar. Neste panorama, a disputa de nomes como Ricardo Maurício e Thiago Camilo contra Cacá Bueno, atual campeão, parece menor.

Em anos anteriores, a situação foi a mesma. A Stock Car já teve, em tempos recentes, furor pela chegada de ex-pilotos da Fórmula 1, prova na Argentina e até um circuito de rua em Salvador, implantado no ano passado.

Os organizadores argumentam que a estratégia garante maior retorno aos patrocinadores, mas não param por aí. “A gente sempre busca novidades, e o nosso objetivo não é só a mídia não. O evento está sempre se renovando. O diferencial é tão grande que vai ser difícil colocar mais coisas no ano que vem”, disse Maurício Slaviero, presidente da Vicar, empresa que organiza a competição.

Para o especialista em automobilismo Geraldo Rodrigues, o retorno comercial é fundamental para a sobrevivência do negócio.

“Para mim é resultado perda de espaço na televisão. E no fim do dia, o investidor quer saber o quanto ele apareceu. O automobilismo é um esporte caro e precisa de patrocínio. Como eu explico para a empresa que vale a pena investir?”, disse o dono da agência de marketing Reunion, que já empresariou pilotos de diversas categorias.

Nesta temporada, a Globo, parceira de mídia da Stock, vai transmitir todas as etapas ao vivo. Poucas, porém, irão ao ar na íntegra. Segundo Slaviero, cerca de sete etapas terão somente seus 20 minutos finais exibidos pela emissora.

Geraldo Rodrigues, no entanto, não desassociou as “excentricidades” do esporte em si. “Depende da forma como você vê. Tudo isso ajuda a criar identidade com os pilotos. Com o Corinthians, por exemplo, algum torcedor que nunca gostou pode passar a assistir às corridas por causa do time”, concluiu o especialista.