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Sertões crê em força do 'Brasil continental' para rivalizar com vizinho Dakar

Área de box do Rali dos Sertões antes da largada - Webventure
Área de box do Rali dos Sertões antes da largada Imagem: Webventure

Daniel Neves

Em Goiânia

10/08/2010 17h59

Principal competição do gênero no Brasil, o Rali dos Sertões tem sonhos mais elevados. Na abertura da 18ª edição, os organizadores demonstram confiança no crescimento do evento e apostam na ‘força continental’ do país para rivalizar com o ‘vizinho’ Dakar como a mais importante prova off-road do mundo nos próximos anos.

“Temos um país continental, que facilita uma competição como essa. Em todo o território nacional se fala a mesma língua, utiliza-se a mesma moeda e as culturas são similares, de norte a sul. O Brasil tem tudo para realizar o maior rali cross country do mundo”, disse Marcos Moraes, presidente da Dunas, organizadora do evento.

A saída do Dakar da África para a América do Sul pode ajudar em um maior reconhecimento da competição brasileira. De acordo com os pilotos, as condições similares encontradas nas duas provas contribuíram para uma maior valorização do Rali dos Sertões.

“O Dakar, depois que veio para a América do Sul, ficou muito similar ao Rali dos Sertões. Na África era muito diferente, mas alguns trechos que ocorrem na Argentina são parecidos aos que você encontra no Brasil. Isso é bom para os pilotos brasileiros, que estão acostumados com essas condições”, disse Jean Azevedo, quatro vezes campeão dos Sertões nas motos.

Um dos estrangeiros que acabou atraído para participar dos Sertões foi o espanhol Marc Coma. Bicampeão do Dakar e três vezes vencedor do Mundial de rali cross country entre as motos, o piloto disputará pela segunda vez a prova brasileira.

“É um rali consolidado, no mesmo nível do Dakar. É muito difícil por causa da distância e do número de dias. Além disso, as condições do terreno brasileiro são muito exigentes para o piloto e para as motos”, comentou Coma.

Uma das apostas da organização para o sucesso do Rali dos Sertões está no percurso, que terá 95% de trechos inéditos. A competição passará por seis estados brasileiros (Goiás, Minas, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará) em um total de 4.486 km.

“Considero esta edição a mais completa de todas. É o melhor e mais difícil roteiro que já fiz. A prova vai exigir muito controle mental, o piloto vai ter que cuidar muito bem da máquina e os navegadores terão muito mais trabalho”, disse Eduardo Sachs, responsável por traçar o trajeto do Rali dos Sertões.

* O jornalista Daniel Neves viajou a convite da organização do evento