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Indy mantém tradição de chuva e caos em SP, e prova é adiada para segunda

Carro do pole position Will Power é recolhido após bandeira vermelha - Theo Ribeiro / Fotoarena
Carro do pole position Will Power é recolhido após bandeira vermelha Imagem: Theo Ribeiro / Fotoarena

Rafael Krieger

Em São Paulo

01/05/2011 17h03

Mesmo após a mudança da data e as reformas na pista, a cidade de São Paulo não conseguiu ver uma corrida normal de Fórmula Indy no circuito do Anhembi. O dilúvio e o caos se repetiram neste domingo e fizeram a etapa de 2011 ficar muito parecida como a do ano passado. Só que, desta vez, a prova não foi retomada após a paralisação, e acabou sendo remarcada para segunda-feira, às 9 horas (de Brasília).

A decisão foi tomada após quase quatro horas de indefinição no circuito, que recebeu 41 mil pessoas neste domingo. O evento de segunda terá entrada livre para todos que já têm ingresso, mas não haverá mais venda de entradas. A remarcação vai provocar a interdição da pista local da Marginal do Tietê durante o dia.

Apenas 14 voltas foram completadas. A preocupação começou quando uma chuva leve caiu por volta do meio-dia de domingo no Anhembi, e se intensificou até a hora de os carros irem à pista, às 13 horas. A pista molhada, a largada em fila dupla e a estreita passagem na curva 1 já eram indícios de que a primeira volta teria incidentes, o que se confirmou.

ARQUIBANCADA ALTERNATIVA DA INDY

  • Rafael Krieger/UOL

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Apenas quatro minutos de bandeira verde foram suficientes para uma série de confusões que culminaram na paralisação da prova. No “S” do Samba, o então segundo colocado Ryan Hunter-Reay ficou na área de escape, enquanto Helio Castroneves era engavetado por Simona de Silvestro e Danica Patrick rente ao muro.

“Na largada eu não quis entrar em confusão, mas as coisas fugiram do controle. No que o Dario Franchitti acelerou, a traseira patinou e bateu na minha roda direita dianteira, me mandando direto para o muro. Realmente a maré está muito ruim”, comentou Helinho à Rádio Bandeirantes.

A confusão foi tanta que Tony Kanaan até cortou a sua mão na asa traseira do carro de Danica Patrick. Ele foi levado para o ambulatório com uma luxação na mão esquerda, mas voltou aos boxes mesmo assim para tentar arrumar o carro e voltar à pista.

O BOM HUMOR DE KANAAN

"Gente amanha viu tomar multa na marginal meu Formula Indy e final 2. Kkkkkkk", postou o piloto no Twitter.

Quando o líder Will Power completou nove voltas, a chuva caiu de vez e a organização mostrou a bandeira vermelha, repetindo o que aconteceu no ano passado, quando a prova também foi atingida e interrompida por um dilúvio. “Parecia um oceano. O carro aquaplanava em segunda marcha”, explicou Bia Figueiredo.

Já fora da corrida, Vitor Meira criticou a demora de decisão: “A bandeira vermelha foi mostrada muito tarde, depois de todo mundo se matar. Não dá para explicar o quanto ruim estava. Não dava para ver nada”. Após 25 minutos de paralisação, os carros chegaram a ser recolhidos para a garagem para ajustes.

Houve tempo então para as equipes arrumarem os carros batidos. Tempo até demais: foram 2h20 de indefinição. Os pilotos que estariam fora da prova aproveitaram para consertar os estragos, e todos voltaram com bandeira amarela nas posições em que estavam na nona volta.

Mas, apenas 15 minutos e quatro voltas depois, os carros receberam nova ordem para voltar aos pits, em nova bandeira vermelha. Não havia mais tempo de terminar a corrida com luz natural. Assim, a prova será reiniciada de onde parou, com os pilotos largando da posição em que estavam na 14ª volta.

 

ANÁLISE DE FÁBIO SEIXAS

São Paulo, por três horas sem um trecho da pista local da Marginal Tietê, numa segunda-feira? Vai travar. A solução mais sensata seria cancelar a prova.
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