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Cacá Bueno diz que Stock só buscou segurança após acidentes: "saiu da inércia"

Tricampeão, Cacá é uma daz vozes mais importantes entre os pilotos da Stock Car - Bruno Terena / Red Bull Photofiles
Tricampeão, Cacá é uma daz vozes mais importantes entre os pilotos da Stock Car Imagem: Bruno Terena / Red Bull Photofiles

Bruno Freitas

Em São Paulo

16/08/2011 07h00

Do alto da condição de tricampeão da Stock Car, Cacá Bueno manifesta a insatisfação dos pilotos da categoria em relação ao que reputa como atraso nas adaptações de segurança de disputa, efetuadas somente depois de dois acidentes graves na atual temporada, sendo um deles fatal.

CACÁ SOBRE A SEGURANÇA DA STOCK

Em entrevista ao UOL Esporte, o piloto da equipe Red Bull Racing diz que a categoria reagiu nas especificações de segurança apenas depois da morte de Gustavo Sondermann e do fogo no carro de Tuka Rocha, em cena forte que correu o país através da televisão. Segundo Cacá, a demanda dos competidores por mudanças era antiga, já existia havia alguns anos.

"Você tem os dois lados da moeda. A gente saiu satisfeito com tudo que está sendo feito a partir de agora. Mas, em contrapartida, a gente já vinha pedindo mudanças há alguns anos e não erámos atendidos. Então (estamos) muito insatisfeito por nunca ter sido levado a sério na categoria, nunca terem escutado a gente. A gente está dentro do carro e sabe qual o perigo que corre, quais os pontos que queremos mudanças", diz Cacá Bueno, campeão da Stock Car em 2006, 2007 e 2009.

No começo de abril, Gustavo Sondermann morreu depois de uma batida na etapa de Interlagos da Copa Montana, uma das categorias da Stock Car. O piloto perdeu o controle do carro e foi atingido em cheio por Pedro Boesel.

Dias depois no mesmo mês, os pilotos da Stock Car se reuniriam e ameaçaram não disputar a etapa seguinte, em Ribeirão Preto. No encontro, foram listados 15 pontos em que se demandava revisão de segurança.

Confrontada, a direção da categoria então anunciou cinco mudanças para o resto da temporada: pintura da parte interna do carro com tinta resistente ao fogo, nova saída de ar para deixar a temperatura dentro do carro mais amena, discos e pastilhas de freios maiores, nova entrada de ar no teto dos carros e para-brisa com desembaçador elétrico.

ACIDENTE COM FOGO NA STOCK CAR

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Em julho, no entanto, o acidente com Tuka Rocha no Rio de Janeiro fez a categoria voltar à reflexão sobre a segurança dos pilotos. No caso em questão, o piloto foi obrigado a saltar do carro em movimento após um incêndio.

Depois do novo incidente, a organização da categoria determinou que a janela que fica atrás do piloto, que era de policarbonato resistente a impactos, passaria a ser de vidro, material que não derrete. O carro também recebeu o revestimento de uma substância antichama.

"Precisou de dois acidentes acontecerem, o primeiro fatal em Interlagos, para que algumas mudanças acontecessem. O segundo com o fogo do Tuka, que já tinha acontecido comigo em 2009 em Interlagos, exatamente da mesma maneira, só que nenhuma câmera filmou, não era um treino oficial, ninguém saiu fotografando. A do Tuka foi para o Brasil inteiro e decidiram agir", afirmou.

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"Então a gente está feliz porque saiu da inércia. As coisas estão começando a acontecer de uma forma positiva. No automobilismo, o carro pega fogo, tem batida. Isso a gente vê Fórmula 1, na Nascar, em qualquer outra categoria. Só não pode que alguém de machuque por isso", concluiu o piloto.

NA BRIGA PELO TÍTULO DE 2011

Atualmente Cacá Bueno ocupa a terceira colocação na temporada da Stock Car, com 83 pontos, atrás do líder Thiago Camilo e do atual campeão Max Wilson. Após sete etapas, o carioca está muito perto de assegurar um lugar na "super final", mini-competição nas últimas quatro corridas do ano reservada apenas para os dez melhores posicionados na primeira parte da disputa. 

"O Thiago criou essa vantagem. Ele desgarrou um pouco, mas isso já aconteceu. No ano passado, o Ricardo Mauricio desgarrou, junto com o Atila (Abreu), e quem foi brigar pelo título no fim foram eu e o Max Wilson. Não necessariamente quem está na frente agora vai brigar pelo título. Ainda tem o playoff. Você pode abrir 40, 50 pontos, que só vai entrar com cinco na frente depois [de acordo com o regulamento]. É nisso que a gente se apega. Também temos um bom carro, vencemos duas em sete corridas, fui outra vez ao pódio, estamos sempre brigando pela ponta. Temos uma capacidade muito grande de brigar por esse tetracampeonato", diz o piloto do carro número 0.

Em 4 de setembro, Salvador recebe a oitava etapa da temporada, a última antes da "super final". A disputa da categoria acaba em 6 de novembro em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul, na 12ª prova do ano.