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Cancelamento em Goiânia expõe fragilidade da "Fórmula 1 de clubes de futebol"

Porto, de Portugal, foi um dos clubes que cedeu sua marca à Formula Superleague Imagem: Divulgação/F-Superleague

Gustavo Franceschini

Em São Paulo

15/09/2011 07h00

A Superleague Formula foi criada em 2008 com a promessa de unir automobilismo e futebol. Depois de conquistar a confiança de clubes como Corinthians, Flamengo, Liverpool e Milan, a categoria minguou, perdeu parceiros e cancelou, na última quarta, as provas que nunca esteve perto de realizar no Brasil.

A rodada dupla anunciada no país no início do ano aconteceria em Goiânia e em Curitiba. Na última quarta, lamentando a demora nas reformas no autódromo da capital do Centro-Oeste, a Superleague Formula cancelou as provas, que aconteceriam no início de outubro.

Consultada pelo UOL Esporte, a administração do autódromo de Goiânia deu sua explicação. Segundo Américo Larozzi, responsável pelo circuito Ayrton Senna, foi apresentado ao representante da F-Superleague um projeto que previa a reforma de cinco pontos críticos do traçado.

Em julho, no entanto, a vistoria feita pela CBA apontou que seriam necessários o recapeamento de todo o asfalto e a construção de um muro na reta principal. O custo, então, subiria de R$ 2 milhões para R4 7 milhões.

“Nós já tínhamos encontrado patrocinadores na iniciativa privada, mas agora ficou difícil. A CBA demorou um pouquinho para fazer a vistoria”, disse Américo. Segundo ele, a obra inicial ficaria pronta após três meses. Com os aditivos da entidade, Goiânia precisaria de quatro meses para aprontar o circuito.

A CBA, no entanto, trabalha com outra hipótese. “Esses eventos jamais estiveram no calendário”, disse a entidade em resposta à reportagem, por e-mail.

Em Curitiba, a posição é a mesma. “Eles vieram falar conosco no começo do ano, mas nunca houve nada. Eles queriam que a gente promovesse, mas a gente só aluga o espaço. Na verdade, eles queriam que a gente pusesse dinheiro, pagasse a conta deles. Eu estou nisso há muito tempo. Não acredito em papai noel”, disse Itaciano Marcondes, administrador do autódromo em Pinhais, onde aconteceria a segunda etapa brasileira.

O cancelamento a um mês da data prevista e as explicações da CBA e da administração de Pinhais mostram o quão frágil era a ideia da F-Superleague de vir ao Brasil. Até agora, a categoria só realizou duas etapas de seu calendário, na Holanda e Na Bélgica, em junho e julho.

Até o fim do ano, estão previstas duas etapas na China, uma na Coreia do Sul e uma na Nova Zelândia, todas sujeitas a mudanças. A lista de clubes participantes da competição também sofreu alterações drásticas desde o seu início em 2008.

Hoje em dia, os únicos clubes que ainda cedem suas marcas ao torneio são PSV, Anderlecht, Sparta Praga, Bordeaux, Atlético de Madri e Galatasary, que representam seus respectivos países. Os carros de Austrália, Brasil, Inglaterra, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Rússia e Coreia do Sul correm sem nenhuma parceria futebolística.

Corinthians e Flamengo, que representavam o Brasil no torneio, estão fora. O clube do Parque São Jorge saiu no início do ano, quando ficou sabendo que seu carro teria detalhes em verde. A cor foi uma exigência do grupo visitmanaus.com, que patrocina o piloto Antonio Pizzonia na categoria.

Consultados pelo UOL Esporte, os responsáveis pelo acordo, que não têm ligação com o governo amazonense, disseram não serem prejudicados pelos cancelamentos. “Isso não irá nos afetar, ao menos diretamente, já que não temos contrato com as corridas. Mas estamos decepcionados”, disse Clive Maguire.
 

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