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Cacá Bueno admite que constante associação ao pai, Galvão, lhe incomoda

Cacá Bueno (esq.) ainda se incomoda com as associações feitas entre ele e o pai - Divulgação
Cacá Bueno (esq.) ainda se incomoda com as associações feitas entre ele e o pai Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

23/12/2012 15h55

Apesar da carreira sólida no automobilismo e dos inúmeros títulos na Stock Car (são cinco no total), Cacá Bueno ainda precisa, frequentemente, lidar com algumas comparações entre ele e seu pai, o narrador Galvão Bueno. Tal fato às vezes lhe incomoda, como ele mesmo admitiu em entrevista concedida neste domingo à Rádio Jovem Pan.

“Me incomoda quando se associa demais ao meu pai, às vezes ele nem vai na corrida, é uma coisa bem distante do que ele faz para o que eu faço. Incomodava muito mais quando era garoto. Nunca foi intenção do meu pai me prejudicar, a gente sabe que tentar separar é importante”, disse Cacá, que citou o exemplo da Stock Car, esporte que Galvão narrou até 2004.

“Ele saiu da Stock Car e não transmite desde 2004, quando eu comecei a brigar por título ele parou de transmitir a Stock Car, mas fica no imaginário das pessoas, e a crítica era que 'seu pai na Stock Car ele torce demais para você', isso era 2007, 2008, ele nem estava mais. Se aprende a viver com isso, mas no começo é sempre complicado”, lembrou o piloto.

“Quando comecei ele já trabalhava nisso e ficava mais tempo fora que agora, você acaba sentindo falta do pai viajando muito, mas sempre teve muito retorno, minha mãe também sempre aguentou as pontas e a gente aprendeu a conviver com isso”, acrescentou.

Felipe Massa e o interesse brasileiro em outros esportes

Durante a conversa com a rádio, Cacá Bueno – como não podia deixar de ser – falou também sobre assuntos relacionados ao automobilismo, entre eles a F-1 e o brasileiro Felipe Massa, que ainda não conseguiu conquistar o título da categoria.

“Felipe Massa tem um talento incrível, mas começou mal e depois no final do ano melhorou, hoje tem um grupo de seis ou sete pilotos com uma qualidade incrível e teve momentos pós-Ayrton que não aconteceu isso, só tinham dois ou três pilotos disputando, mas automobilismo é assim mesmo, tem ciclos”, disse o piloto, que emendou falando sobre os ídolos do esporte nacional e o interesse que as pessoas têm em esportes que não são o futebol.

“O povo brasileiro se desinteressa um pouco como acontece nos outros esportes, tênis e o Guga, ginástica e os irmãos Hypólito. A audiência cai por não ter brasileiro ganhando todo domingo, mas o carro evoluiu, e o grande problema é que ficou muito caro. Antes era mais romântico, menos itens técnicos e os autódromos não eram tão bons, os profissionais [pilotos e engenheiros] não ganhavam tanto, ficou muito caro e às vezes tem dificuldade de ganhar retorno disso na mídia”, completou.